Médicos Católicos Portugueses pedem veto a Lei que permite mudança de género aos 16 anos
Lisboa – Portugal (Sexta-feira, 20-04-2018, Gaudium Press) A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP), que completa 103 anos de existência neste ano, realiza um Encontro Nacional sobre o tema ‘Ser Médico Hoje: Equilíbrios, Desafios e Missões’.
O Evento será realizado no sábado, 21 de abril, no auditório do Colégio de São Tomás, em Lisboa.
Pedido ao Presidente da República
Recentemente a Associação dos Médicos Católicos Portugueses, pediu ao presidente da República que vete a Lei sobre a mudança de gênero aos 16 anos.
A AMCP considera a dispensa de parecer médico para que a cirurgia seja realizada “uma enorme gravidade” para a saúde pública.
Questionável capacidade de discernimento
O Parlamento Português acaba de aprovar uma lei que permite a mudança de gênero no registo civil, aos 16 anos de idade, apenas mediante requerimento.
A AMCP considera “estranha” que seja permitida a mudança de género “numa idade em que se considera que os cidadãos não têm ainda maturidade para votar, conduzir um automóvel ou ingerir bebidas alcoólicas”.
“É questionável a capacidade de discernimento de um jovem de 16 anos poder decidir, de forma madura, livre e responsável, sobre a mudança de gênero”, observam os membros da organização católica.
Medicina a serviço de ideologias
Segundo afirma a Associação dos Médicos Católicos, “A história ensina-nos que sempre que a medicina se subjugou à ideologia, os resultados foram desastrosos para a humanidade, pelo que a AMCP apela ao Sr. Presidente da República para que vete esta lei”, diz um comunicado da Associação distribuída para a imprensa.
Condições neurobiológicas
A Associação dos Médicos Católicos Portugueses sustenta que não existem condições “neurobiológicas de maturidade” para os jovens tomarem uma decisão dessa natureza.
Os médicos assinalam que a lei “não garante a exclusão de outras doenças psiquiátricas”, que possam estar na origem do pedido e, de acordo, com a boa prática médica, defendem que “estas patologias devem ser avaliadas e tratadas pelos médicos psiquiatras” e por outros profissionais de saúde competentes.
“Devem continuar no campo da medicina e não serem utilizadas por interesses políticos, inspirados em posições ideológicas sobre esta matéria, situação que esta lei não garante”, acrescentam.
Interesses escusos
A AMCP entende que a lei aprovada pelo Parlamento Português é baseada na ideologia de gênero e está assentada na “ideia radical” de que os sexos masculinos e femininos “não passam de uma construção mental”.
É dentro deste contexto que os Médicos Católicos apontam que a ideologia de gênero é uma construção cultural, “um produto da cultura e do pensamento humano”, sendo “totalmente desvinculada da biologia”.
“A ciência, e a medicina em particular, não aceita a supremacia absoluta da dimensão psicológica/sociocultural sobre a identidade sexual”, destaca a Associação dos Médicos Católicos Portugueses.
Bispos alertam
Ainda há poucos dias, os bispos portugueses também alertaram para as “possíveis repercussões legislativas e educativas quanto à mudança de sexo” e reafirmam as preocupações manifestadas nos últimos anos.
Como é sabido, a Conferência Episcopal Portuguesa publicou a carta pastoral ‘A propósito da ideologia do gênero’. (JSG)
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