Seminarista vietnamita será ordenado nos EUA após 46 anos

Estados Unidos – Filadélfia (Terça-feira, 24-04-2018, Gaudium Press) A história de Quy K. Pham, um seminarista de origem vietnamita que será ordenado no mês de maio na Filadélfia, Estados Unidos, bem poderia inspirar um livro ou um filme de aventuras. No entanto, o protagonista não seria o futuro sacerdote como tal, mas o chamado de Deus que teve que superar obstáculos impressionantes para conseguir levar à Ordem Sacerdotal um homem chamado para esta vocação há 46 anos.

Quy K. Pham já é diácono transitório, mas era seminarista desde os 13 anos de idade, quando seus pais o inscreveram no Seminário de My Tho, Vietnã, sem que ainda fosse consciente de estar chamado ao Sacramento. Durante sua formação discerniu sua vocação, mas a tomada do país por parte dos comunistas significou o fechamento do Seminário.

Dois anos depois, retomou sua formação de forma clandestina junto a apenas 39 aspirantes dos 300 que estudavam no Seminário antes da guerra. Mais uma vez, o regime comunista conseguiu frustrar a educação dos seminaristas e Pham fugiu do país esperando conseguir ser ordenado sacerdote em outro país.

“Saímos 22 pessoas em um bote pequeno”, recordou o seminarista, segundo informou a agência ACI. “Estivemos no mar durante cinco dias até que um avião norte-americano nos divisou para depois sermos resgatados por um barco petroleiro chamado Aroma que nos levou à Singapura”. Após uma permanência nas Filipinas, Pham chegou a Alexandria, Estados Unidos, onde foi recebido por um pároco de origem vietnamita.

Apesar de parecer ser o fim de seus obstáculos para a vida sacerdotal, Pham devia ainda concluir seus estudos e acabou não sendo aceito no Seminário local. Após uma prova vocacional com a comunidade dos Vicentinos na Filadelfia, teve que retirar-se por sua falta de domínio do idioma e sua necessidade de adaptar-se melhor à cultura local. Uma viagem a Boston não lhe trouxe êxito em sua tarefa. Finalmente, retornou à Filadélfia, cursou computação e eventualmente se casou com uma mulher católica pertencente à sua paróquia. Após 13 anos de feliz matrimônio mas sem ter tido filhos, enviuvou em 2014.

Antes de morrer por causa de um câncer, sua esposa lhe animou a seguir seu sonho de ser sacerdote. O Arcebispo de Filadélfia, Dom Charles Chaput, o aceitou apesar de sua idade e autorizou que concluísse finalmente seu processo de formação a partir de 2015. Com o favor de Deus, que encontra caminhos inclusive quando as possibilidades humanas parecem esgotar-se, o diácono será ordenado sacerdote no próximo dia 19 de maio na Catedral dos Santos Pedro e Paulo junto a outros cinco diáconos. (EPC)