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Centro de Documentação preserva memória da Arquidiocese de Olinda e Recife

Recife – Pernambuco (Segunda-feira, 14-05-2018, Gaudium Press) A Arquidiocese de Olinda e Recife tem visado a preservação de sua memória e história. E por este motivo, o Centro de Documentação Dom Lamartine vem colocando em prática, desde 10 de maio passado, o projeto intitulado “Preservação da Memória do Arquivo Dom José Lamartine”.

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A ação acontece por meio de convênio com a empresa Arte sobre Arte, pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), com o apoio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria de Cultura e Governo do Estado de Pernambuco.

O Padre Rinaldo Pereira, moderador da Cúria e presidente da Comissão de Cultura da Arquidiocese, compareceu ao arquivo, localizado no Centro de Pastoral Arquidiocesano, na Várzea, para conceder uma benção à equipe que está empenhada no projeto.

A equipe de trabalho, formada por restauradores, historiadores, paleógrafos (especialistas em paleografia – forma antiga de escrita), está sob a coordenação da restauradora Débora Mendes.

O projeto, que tem duração de seis meses, possui o intuito de promover a organização, conservação e o acondicionamento da documentação coletada nas igrejas e irmandades de Olinda e Recife.

De acordo com a coordenadora do Arquivo Dom Lamartine, Acácia Coutinho, a documentação a ser conservada foi recolhida nas irmandades de Recife e Olinda e também nos seguintes locais:

– Olinda: Convento do Carmo, igrejas de Guadalupe, de São João, do Bonfim, do Rosário dos Homens Pretos, da Boa Hora, do Amparo e de São Sebastião;

– Recife: igreja de São Pedro dos Clérigos, do Santíssimo Sacramento (bairro Santo Antônio), de Conceição dos Militares, da irmandade de São José da Agonia, de Nossa Senhora do Terço, da matriz do Corpo Santo, de São José do Ribamar, de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, da Madre de Deus e da igreja do Rosário da Boa Vista.

Ainda conforme Acácia, a documentação a ser contemplada pelo projeto compreende o período do final do século XVIII e XIX, recolhida em 17 igrejas e irmandades de Olinda e Recife.

Por sua vez, a restauradora Débora lembrou que o trabalho de coleta documental vem sendo desenvolvido há dois anos, coordenado pelo Padre Rinaldo.

“Sãos documentos inéditos, que nunca foram lidos, pois trazem o registro financeiro das igrejas, livros de receitas, de despesas, atas, termos da mesa regedora, contendo decisões e que mostram como a igreja se organizava na época do sistema de padroado”, explicou Débora.

Débora também mencionou o caso de um livro de registro inédito, nunca antes analisado, encontrado na Igreja da Madre de Deus, no Recife Antigo, chamado “Assentos de Óbitos dos filhos das mulheres escravas de acordo com a lei do ventre livre (1871-1873)”.

Então, a partir da análise do conteúdo deste livro, por exemplo, será possível traçar perfis antropológicos, etnológicos e sociais da época da criação da lei do ventre Livre, além de saber quais as doenças que atingiam a população daquele tempo.

A coordenadora Acácia Coutinho garantiu que toda esta documentação será inventariada, higienizada e organizada antes de iniciar um outro projeto, que envolve a digitalização da documentação.

Sobre esta última iniciativa, uma equipe formada por Diego Rodrigues, Givaldo Bernardino, Célia Salsa e Wellington Oliveira, sob a supervisão de Débora Mendes, Padre Rinaldo Pereira e Acácia Coutinho, e composta ainda por técnicos especializados em história, restauro e conservação, pretendem organizar, preservar e divulgar o acervo documental do arquivo. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações da Arquidiocese de Olinda e Recife

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