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Papa Francisco celebra Corpus Christi em Óstia: dois Papas, dois Santos

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Roma – Óstia(Sábado, 02-06-2018, Gaudium Press) Neste próximo domingo, o Papa Francisco estará na cidade de Óstia para a comemoração da festividade de Corpus Christi. Está celebração foi nos últimos 40 anos, tradicionalmente, realizada em Roma. Consistia de uma missa celebrada na esplanada da basílica de São João de Latrão, seguida por uma procissão que acompanhava o Santíssimo Sacramento até a Basílica de Santa Maria Maior. Neste ano a festa foi transferida para a Óstia, um distrito que fica acerca de vinte e um quilômetros do centro de Roma. Esse distrito romano espera a chegada de Francisco, para a solenidade. Óstia, também no ano de 1958, recebeu o Papa Paulo VI para a mesma festividade.

Situada entre o mar Tirreno e perto da foz do rio Tibre ,Óstia guarda histórias: Testemunhou a presença, entre suas ruas, de duas almas que são estrelas no firmamento da Igreja Católica: Santa Mônica e Santo Agostinho. Aí deu-se o famoso “Diálogo de Óstia”.

Em seu livro das “Confissões” Agostinho deixa eternizado esse diálogo: “…sucedeu, segundo creio, por disposição de Vossos secretos desígnios, que nos encontrássemos sozinhos, ela e eu, apoiados a uma janela cuja vista dava para o jardim da casa onde morávamos. Era em Óstia, na foz do Tibre, onde, apartados da multidão, após o cansaço duma longa viagem, retemperávamos as forças para nos embarcarmos. Falávamos a sós, muito docemente, esquecendo o passado e dilatando-nos para o futuro. Na presença da Verdade, que sois Vós, alvitrávamos qual seria a vida eterna dos santos, que ‘nunca os olhos viram, nunca o ouvido ouviu, nem o coração do homem imaginou”.

A cena é linda! Podemos imaginar a alegria de santa Mônica vendo seu filho convertido, conversão esta regada por tantas e tantas lágrimas, agora inundado da esperança de contemplar o Céu. E nesse colóquio entre mãe e filho uma outra linguagem se fez ouvir, pois “os lábios do nosso coração abriam-se ansiosos para a corrente celeste da nossa fonte, a fonte da Vida, que está em Vós, para que aspergidos segundo a nossa capacidade, pudéssemos de algum modo pensar num assunto tão transcendente.”

E numa linguagem não mais humana,que acontece quando duas almas estão tão unidas, tão pervadidas nesse fogo do amor divino, onde tudo desparece como explica-nos o santo: “Subíamos ainda mais em espírito, meditando, falando e admirando as Vossas obras. Chegamos às nossas almas e passamos por elas para atingir essa região de inesgotável abundância, onde apascentais eternamente Israel com o alimento da verdade. Ali a vida é a própria Sabedoria, por Quem tudo foi criado, tudo o que existiu e o que há de existir, sem que ela própria se crie a si mesma, pois existe como sempre foi e como sempre será. Antes, não há nela ‘ter sido’, nem ‘haver de ser’, pois simplesmente ‘é’, por ser eterna.”…

Óstia assistirá a chegada do Papa Francisco em 2018, como assistiu há sessenta anos a visita de Paulo VI em 1958, para a festa de Corpus Christi, como presenciou, esse sublime diálogo, entre dois santos ocorrido no ano de 388. É a História da Igreja peregrina, imortal e eterna que permanecerá até os fins dos tempos, segundo a promessa de Nosso Salvador Jesus Cristo.

Da Gaudium Press por Lucas Miguel Lihue

 

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