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Apesar do perigo da violência, México continua formando sacerdotes

México – Cidade do México (Terça-feira, 19-06-2018, Gaudium Press) O México é considerado o país mais perigoso do mundo para um sacerdote. O país mantêm esse triste recorde há doze anos, com um balanço de 41 sacerdotes assassinados ao longo desse período. Este ano, em um mês, três sacerdotes perderam a vida no México.

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“Formar um sacerdote representa de dez a doze anos de estudo no seminário. Quando um deles é assassinado, é como talhar uma árvore que demorou anos para crescer”, afirmou o Padre Omar Sotelo, diretor do Centro Católico Multimedial, um observatório religioso mexicano.

Essa violência se reflete no número de vocações. “Faz alguns anos que há muito menos candidatos no seminário. O medo impede estes jovens seguir sua vocação”, alertou o Irmão Pedro Antonio Ribera Uribe, que estuda no seminário de Chilapa. Apesar disso, há também jovens que encontram seu refúgio na Igreja para distanciar-se desses ambientes.

Os seminaristas enfrentam dificuldades para visitar as comunidades rurais de sua Diocese devido a guerra entre grupos de narcotraficantes rivais. Em Nejapa, Paróquia próxima de Chilapa, o Padre John Ssenyondo, desapareceu durante vários meses até seu corpo ser encontrado em uma fossa. O assassinato é tido como retaliação de um dos cartéis pela liberdade de expressão do religioso.

Pedro Uribe explicou que devido a guerra de grupos rivais pelo controle do território, “há meses inteiros nos quais não podemos ir para algumas paróquias”. Os carros do seminário foram marcados com um grande logotipo para evitar qualquer confusão com o cartel rival.

A violência não era rotina quando Uribe ingressou no seminário. “Quando cheguei a Chilapa para estudar, a cidade era tranquila e muito agradável. As coisas mudaram em meu terceiro ano. As ruas se esvaziaram. O medo se instalou”, recorda.

Apesar do medo, os seminaristas são homens de Fé e há vários anos se reúnem todas as tardes para rezar juntos diante do Santíssimo Sacramento implorando a paz.

O seminarista, que será ordenado dentro de alguns meses e designado para uma paróquia da Diocese, tem um santo protetor e modelo para seguir. “A Igreja sempre foi perseguida. Em meu povo, há um sacerdote mártir, São David Uribe Velazco [assassinado durante a Guerra dos Cristeros, que enfrentou na década de 1920 aos camponeses católicos mexicanos e ao Estado anticatólico; David Uribe foi canonizado em 2000 pelo Papa João Paulo II]. Foi um dos meus modelos a seguir ao longo de todo meu seminário”. (EPC)

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