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Recordando visita a Lampedusa, Papa celebra missa para migrantes, em São Pedro

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 06-07-2018, Gaudium Press) Na manhã desta sexta-feira, 06 de julho, quando se comemora o quinto aniversário da visita do Papa Francisco à Ilha de Lampedusa, o Pontífice celebrou, para migrantes, uma Santa Missa, na Basílica Vaticana de São Pedro.

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A Missa foi celebrada pela intenção dos defuntos e sobreviventes dos desembarques de imigrantes, bem como por aqueles que os acolhem e assistem.

Homilia: Profeta Amós

Durante a homilia então proferida, o Papa recordou a admoestação do profeta Amós: “Vocês que desprezam os pobres e exterminam os humildes… anelam ao abatimento do necessitado; e destroem os miseráveis da terra, ouçam: Eis que virão dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei a fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas fome de ouvir as Palavras do Senhor”.

Explicação do Papa

Para Francisco, “A advertência do profeta Amós ainda hoje é de grande atualidade”, disse o Papa recordando pobres, menores, vítimas da cultura do descarte, migrantes e refugiados.

A este respeito, Francisco citou a visita que fez a Lampedusa, sul da Itália, no início do seu Pontificado, a propósito das vítimas dos naufrágios, quando fez um apelo à responsabilidade humana:

“Onde está seu irmão? O grito do seu sangue chega até a mim”. Esta pergunta de Deus é dirigida a mim, a você e a todos nós… E, ainda hoje, choramos pela perda de milhares de irmãos.

Prosseguiu Francisco com seu pensamento durante a homilia:

“O Senhor promete restabelecimento e libertação a todos os oprimidos do mundo. Mas, ele precisa de nós para tornar eficaz a sua promessa; precisa dos nossos olhos para ver as necessidades dos irmãos e irmãs; precisa das nossas mãos para socorrer; precisa da nossa voz para denunciar as injustiças cometidas no silêncio, às vezes, cúmplice, por tantas pessoas”.

O Senhor precisa do nosso coração para manifestar o amor misericordioso de Deus com os últimos, os excluídos, os abandonados, os marginalizados, disse o Papa, para logo citar uma frase evangélica:

“Quero misericórdia e não sacrifícios”.

Solidariedade

“Trata-se de uma tentação, bem presente também em nossos dias, que se traduz em um fechamento em relação aos que têm direito, como nós, de segurança e de vida digna; uma tentação que leva a construir muros, concretos ou imaginários, ao invés de pontes. Diante dos desafios migratórios de hoje a única resposta sensata é a da solidariedade e da misericórdia”, acrescentou Francisco e logo citou o comportamento justo a ser assumido diante de Deus, proposto pelo Salmista “Escolhi o caminho da fidelidade e do juízo de Deus”.

Para o Pontífice, “Trata-se de um compromisso de fidelidade e de reto juízo, que, esperamos, seja levado adiante, junto com os governantes da terra e as pessoas de boa vontade. Por isso, seguimos com atenção o trabalho das Comunidades internacionais, que enfrentam os desafios das migrações contemporâneas, conciliando, com sabedoria, solidariedade e subsídio e identificando recursos e responsabilidades”.

Socorristas

O Santo Padre concluiu sua homilia, falando em espanhol, para os que vieram da Espanha, representando os socorristas e os resgatados no Mar Mediterrâneo.

Aos socorristas o Papa expressou sua gratidão por encarnarem a parábola do Bom Samaritano, salvando vidas; aos resgatados, reiterou sua solidariedade e encorajamento diante das tragédias, das quais tentam fugir:

“Peço-lhes que continuem a ser testemunhas da esperança em um mundo cada vez mais preocupado com o próprio presente, com pouca visão do futuro e relutante a partilhar; peço-lhes que trilhem, conjuntamente, o caminho da integração, no respeito pela cultura e as leis do país de acolhimento”. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

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