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“Locais de Culto abandonados” será tema de Simpósio na Gregoriana de Roma

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 11-07-2018, Gaudium Press) “Deus não habita mais aqui? Abandono de locais de culto e gestão integrada dos bens culturais eclesiásticos”.
Esta é a temática de um Simpósio que será realizado nos dias 29 e 30 de novembro próximo, na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, que pretende debater a questão relativa ao destino dos locais de cultos que são abandonados e que preocupa a Igreja.

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Pontifício Conselho para a Cultura

“A igreja também é feita de cultura material, de coisas, de construções. De lugares onde eram celebrados batismos, funerais e casamentos, onde a comunidade se reunia para participar da Eucaristia. Lugares que são percebidos pelas pessoas como sagrados, mesmo quando não mais o são”.

A observação foi feita por Ottavio Bucarelli, diretor do Departamento dos Bens Culturais da Igreja da Pontifícia Universidade Gregoriana, ao apresentar o Simpósio na terça-feira, 10, no Pontifício Conselho para a Cultura.

A apresentação do Simpósio foi realizada com a presença do cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Dicastério para a Cultura, o bispo Nunzio Galantino, ex-secretário geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI) e presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, Carlos Alberto de Pinho Moreira Azevedo, delegado do Pontifício Conselho da Cultura, e Monsenhor Valerio Pennasso, diretor do Escritório Nacional para os Bens Culturais Eclesiásticos e a construção de locais de culto da Conferência Episcopal Italiana.

Tema delicado, doloroso e complexo

Os locais de culto, que por diversos motivos deixam de ter este fim, representam um tema delicado, doloroso e complexo, “que não é reservado a um clube restrito de especialistas, como poderia parecer num primeiro momento, mas desperta um interesse extraordinário em muitos âmbitos”, foi o que declarou o cardeal Ravasi ao introduzir a entrevista coletiva de imprensa realizada por ocasião do anúncio do Simpósio.

Um fenômeno que tomou proporções mais amplas

No ano de 1987 a Pontifícia Comissão para a Arte Sacra na Itália já publicava a “Carta sobre destinação do uso dos antigos prédios eclesiásticos”.
A carta concentrava suas observações sobretudo na situação italiana e no patrimônio imobiliário objeto das requisições do final do século XIX e após a unidade da Itália, que, em grande parte não mais sendo de propriedade eclesiástica.

Agora, pouco depois de trinta anos daquela carta, a Santa Sé volta a concentrar sua atenção sobre o fenômeno, visto que os desafios apontados na época por aquela carta assumiram proporções mais amplas.

Fruto da Reação da opinião pública?

Na verdade, não existem estatísticas sobre o abandono de igrejas, pois ainda não foi realizada uma pesquisa sistemática, capaz de reunir os dados de cada diocese.

Porém, mais recentemente, a imprensa internacional passou a interessar-se pelo fenômeno, colocando seus holofotes sobretudo na forte reação da opinião pública suscitada quando igrejas são colocadas à venda ou transformadas em lojas, bares, restaurantes, academias, centros de bem-estar, discotecas, mesquitas ou passarelas para desfiles de moda em meio a paredes com afrescos ou de altares ainda decorados por temas religiosos.

França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Suíça, Estados Unidos e Canadá, foram países onde o tema do Simpósio teve maior vulto e maior reação.

Contudo, este fenômeno foi verificado também na Itália.

Por que fecham as Igrejas

As causas de fechamento de igrejas normalmente estão ligadas à diminuição das comunidades cristãs, escassez de sacerdotes, abandono da prática religiosa. E diante deste fenômeno, as pessoas quase sempre se opõem, pois o prédio da igreja tem um forte valor simbólico e de identidade.

Partindo desta realidade, o Simpósio pretende abordar o tema de um ponto de vista geral que não negligencie a abordagem pastoral, além de aprofundar os aspectos jurídicos e técnicos dos desinvestimentos. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

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