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“A ação do missionário não é filantropia, é testemunho”, diz Cardeal Filoni

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 12-07-2018, Gaudium Press) Na abertura do V Congresso Missionário Americano, (CAM – 5), realizado em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, durante a celebração da Missa que abriu o Encontro, o enviado especial do Papa Francisco, Secretário de Estado da Santa Sé, Cardeal Filoni, afirmou que o trabalho missionário não é “filantropia” nem nasce das “nossas obras de boa vontade”, mas antes de tudo é uma “bênção” para todos aqueles a quem o Evangelho é anunciado.

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O que o trabalho Missionário?

Com a pergunta “O que é o trabalho missionário?”, o Cardeal deu início a sua homilia.
E ele mesmo desenvolveu a resposta afirmando que, em primeiro lugar, seu coração é “Jesus” e, portanto, é “uma bênção”.

Para o Cardeal, concretamente, o ser missionário é atuar em dois campos fundamentais. O primeiro deles é o da proclamação de Jesus, ou seja, sua missão redentora quando Jesus tomou sobre si nossos pecados e nos alcançou o perdão.

O representante especial do Papa quis salientar em suas palavras que, sem a consciência do que Deus fez “em minha vida”, permanecemos “superficiais” e não somos “críveis”.

Além desse campo existe um outro que é essencial para que se seja crível: o testemunho.

Exemplo de Missionária: Madre Maria Ignazia de Jesus

A bem-aventurada Madre Maria Ignazia de Jesus, cujas relíquias estiveram presentes na Missa, é um exemplo perfeito de como deve ser uma autêntica “missionária do nosso tempo”.

Esta religiosa, recordou o Cardeal. Filoni, será canonizada em 14 de outubro próximo. Ela viveu entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX, na Bolívia, descobriu um imenso amor pelo apostolado missionário e fundou o Instituto das Missionárias Cruzadas da Igreja.

O CAM – 5
O Cardeal Filoni destacou que o CAM – 5 é um evento que particularmente significativo quanto aos números.
Participam dele 2.500 delegados e missionários que nestes dias ouvirão testemunhos e tomarão parte em debates e trabalhos de grupo e momentos de oração.

O Congresso vai girar em torno do tema: “América em missão, o Evangelho é alegria”: Um projeto que traz consigo a bênção de Deus.

E pedir a bênção no início de cada iniciativa como o CAM 5, como um filho aos pais quando sai de casa, é um gesto bíblico que se adapta bem, disse o Cardeal.

Recorda-se aqui que há alguns dias, Dom Sérgio Gualberti, arcebispo de Santa Cruz de la Sierra, em entrevista ao Vatican News afirmou que o objetivo do Congresso é promover uma verdadeira “conversão missionária,” capaz de espalhar “a alegria do Evangelho a todos povos”, “com especial atenção às periferias do mundo de hoje, não somente físicas, mas também existenciais”.

O dia de encerramento do Congresso está previsto para o próximo sábado, dia 14 de julho, quando será celebrado um Dia Missionário nas paróquias e uma Missa quando será realizado o envio missionário.

Obejtivo do Congresso Missionário Americano

O objetivo geral do CAM 5 é fortalecer, nas Igrejas das Américas, a identidade e o compromisso missionário Ad Agentes, anunciando a Alegria do Evangelho a todos os povos, com particular atenção às periferias do mundo de hoje, a serviço de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna.

Este ano, a temática do congresso será: “A Alegria do Evangelho, coração da missão profética, fonte de reconciliação e comunhão” e o lema “América em missão, o Evangelho é Alegria”.

Dentro deste contexto, estão sendo discutidas formas de avivar a fé, com renovado compromisso missionário para que a Alegria do Evangelho, como anúncio querigmático, dinamize a vida missionária de nossas Igrejas no continente.

Origem cos Congressos Missionários
Os congressos missionários americanos tiveram origem em congressos missionários diocesanos e nacionais que, a partir do concilio Vaticano II, foram aprofundando o sentido missionário da Igreja, como encontramos no decreto Ad Gentes.

A Conferência Episcopal Mexicana realizou belas iniciativas no sentido de refletir sobre esse tema. Em 1977, retomando a riqueza da exortação apostólica Evangelii Nuntiandi, publicada pelo Papa Paulo VI em 1975, aconteceu o primeiro congresso missionário latino-americano (COMLA) em Terreón, México. A partir de 1999, os congressos missionários passaram a ser em nível de toda a América.

Daí nasceu o 1º Congresso Missionário Americano (CAM). O último Congresso foi realizado em Maracaibo, Venezuela, em 2013.

Recorda o bispo auxiliar de São Luís do Maranhão (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, dom Esmeraldo Barreto Farias, que, enquanto os congressos missionários iam se realizando, surgia no Brasil, em 1972, o projeto Igrejas Irmãs com a finalidade de ajudar Igrejas com maiores dificuldades no Brasil, em termos de missionários ministros ordenados, religiosos e leigos.

Bispos do Brasil no CAM – 5

De 10 a 14 de julho, missionários e missionárias de diversos países da América vão participar do 5º Congresso Missionário Americano (CAM – 5), em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.

Do Brasil serão quase 200 missionários de todos os 18 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Dentre eles, leigos e leigas, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e seminaristas.

Além dos bispos de Crateús (CE), dom Ailton Menegussi; de São Gabriel da Cachoeira (AM), dom Edson Damian; o bispo auxiliar de São Luís do Maranhão (MA), dom Esmeraldo Barreto Farias; de Estância (SE), dom Giovanni Crippa; de Osório (RS), dom Jaime Pedro Kohl; de Ponto Grossa (PR), dom Sérgio Arthur Braschi e o arcebispo de Campo Grande (MS), dom Janusz Marian Danecki. O diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Maurício da Silva Jardim, também integra a delegação brasileira.

Para o bispo auxiliar de São Luís do Maranhão (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, dom Esmeraldo Barreto Farias, esses congressos aprofundam o sentido missionário da Igreja. “A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na ‘missão’ do Filho e do Espírito Santo”.

“A missão é profundamente eclesial, comunitária. Não podemos vivê-la de modo individualista”, destaca dom Esmeraldo. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

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