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Igreja denuncia nova agressão na Nicarágua – aumenta pressão pelo fim da violência

Matagalpa – Nicarágua (Terça-feira, 17-07-2018, Gaudium Press) Em meio a uma crise que já deixou mais de 350 mortos, na noite de ontem, segunda-feira, 16/07, desconhecidos atearam fogo em um centro da Caritas, em Matagalpa, na Nicarágua,.

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A diocese de Matagalpa, que tem como bispo Dom Rolando Álvarez, através das redes sociais da internet, por uma pequena nota informou:
“Incêndio registrado a altas horas da noite em um centro da Caritas no município de Sébado (norte). Rechaçamos este e outros atos que durante as últimas semanas prejudicaram o povo nicaraguense e a Igreja”.

Mediação e Sequência de Atentados

A Igreja Católica, que mediava a crise no país, passou a ser alvo de grupos paramilitares, que apresenta todas as conotações de serem ligadas a forças que sustentam o governo sandinista:

Na segunda-feira, 9 de julho, ocorreu a agressão contra o cardeal Brenes, o núncio apostólico no país e dois prelados, no interior da Basílica de San Sebastián, em Diriamba.

Também houve uma agressão a sacerdotes na cidade de Jinotepe.

Na noite de sexta-feira, grupos paramilitares cercaram a Igreja da Divina Misericórdia, onde na noite de sexta-feira 200 estudantes e alguns jornalistas haviam buscado refúgio ao fugirem das agressões na Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua, onde protestavam contra o governo sandinista de Daniel Ortega.

No domingo, o bispo de Esteli, Dom Abelardo Mata, teve seu carro alvejado e uma casa paroquial foi literalmente invadida por grupos de paramilitares.

Pelo fim da Violência: Aumenta Pressão Internacional

É crescente a pressão internacional para que o governo de Daniel Ortega cesse as repressões.

“Há algo evidente, o número de mortes é chocante e existe o uso letal de força por parte de entidades ligadas ao Estado, o que não é aceitável”, afirmou Antônio Guterres, da ONU, que se encontra em visita à Costa Rica.

Guterres, classificou como “inaceitável” a quantidade de mortes e o uso da força nos protestos que tiveram início em abril e que é “absolutamente essencial que cesse imediatamente a violência, que seja fortalecido o diálogo político, porque somente uma solução política é aceitável”.

O Escritório Regional para a América Central do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, recebeu informações de grupos de defesa dos direitos humanos que falam do “uso desproporcional da força” por parte de agentes de polícia e agentes pró-governo em Diria, Niquinohomo e Catarina.

Por seu lado, Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai, em um comunicado conjunto, expressaram preocupação pela situação na Nicarágua e denunciaram a “violação dos direitos humanos e às liberdades fundamentais em curso no país”.

O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) estará reunido na quarta-feira, 18, para seguir tratando a crise na Nicarágua e votar uma resolução que condena a violência.

Um encontro reúne esta terça-feira em Bruxelas 28 ministros da União Europeia e ministros do Exterior da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

O ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Joseph Borrel, afirmou ontem que a situação na Nicarágua “vai de mal a pior”, mas que a questão não estava na agenda do encontro, admitindo, no entanto, que “uma coisa são temas na agenda e a outra, os contatos que são feitos”, completando que aproveitará para falar com os embaixadores da Venezuela e Nicarágua.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos condenou os recentes ataques contra estudantes, jornalistas e membros do clero na Nicarágua e avisou o presidente Ortega de que cada nova vítima nos protestos “mina ainda mais sua legitimidade”.

Uma Lei “Contra o Terrorismo”

Já o governo da Nicarágua, por sua vez, qualifica como “gravíssimo problema de terrorismo” a revolta popular que teve início em abril.

Na segunda-feira, 16, o Parlamento da Nicaragua aprovou uma lei que considera como “terrorismo” a destruição de bens públicos e privados. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vaticzan News)

 

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