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“A vocação sacerdotal não é uma profissão”, alerta Arcebispo de Uberaba

Redação (Quinta-feira, 23-08-2018, Gaudium Press) Toda a Igreja é vocacionada, sendo chamada para o exercício e a proclamação da Palavra de Deus no mundo. É o que diz o Arcebispo de Uberaba, Dom Paulo Mendes Peixoto, em seu mais recente artigo publicado no site da CNBB.

“A vocação sacerdotal não é uma profissão”, alerta Arcebispo de Uberaba

Ao comentar o tema “vocação”, uma vez que a Igreja no Brasil celebra em agosto o mês das vocações, Dom Paulo lembra que o chamado de Deus exige disponibilidade, desapego e entendimento de que a mensagem de Jesus Cristo é dinâmica. “Sem isso ficamos confinados em redomas que não permitem a construção real do Reino de Deus”, escreve.

Para o prelado, tanto a vida quanto o ministério sacerdotal têm uma grande afinidade com a comunidade. Entretanto, o padre não pode ficar restrito em um determinado ambiente, porque estaria limitando a riqueza da ação do Espírito Santo. “Esse entendimento tem que ser percebido também pelas comunidades cristãs, que às vezes ‘brigam’ pela permanência do padre sem olhar por outras comunidades carentes de padre”.

Ficar muito tempo em uma mesma paróquia, prossegue Dom Paulo, “faz acontecer a mediocridade, o desânimo e tudo não passa da mesmice. Com muita facilidade nos acostumamos, nos adaptamos e nada de novo acontece. Até vejo como sabedoria de Deus o pedido de que os párocos não fiquem mais de seis anos numa paróquia. Isso significa atitude missionária, estar sempre indo a novas frentes de trabalho”.

Mesmo que a mudança de novos ares não seja uma das mais fáceis, pois supõe desapego e enfrentamento de novas realidades, o sacerdote deve considerá-la como uma oportunidade para crescimento na vida. “Na maioria dos casos, os frutos das mudanças são reveladores da importância do dinamismo na vida sacerdotal, como também na vida de uma comunidade paroquial. Estamos numa cultura que dá passos galopantes para o futuro”, destaca o arcebispo.

Ainda conforme Dom Paulo Mendes, “devemos entender que a vocação sacerdotal não é uma profissão, mas um ministério a serviço da Igreja”.

“Nenhum padre foi ordenado para uma paróquia, mas para estar a serviço de sua Igreja Particular. Para isso ele necessita de disponibilidade num vida de liberdade e atender aos pedidos que lhe são feitos na ação pastoral”, completa.

No final do artigo, o pastor defende que a vocação exige do candidato entrega para o serviço, já que é um dom que deve ser praticado, fundamentado em uma experiência fecunda de intimidade com Deus. “Só assim o padre se torna realmente missionário e aberto para exercer seu ministério onde lhe foi pedido. Significa que a comunidade também deve ter o espírito missionário”, conclui. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações da CNBB

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