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Na Missa em Kaunas, Papa recorda ocupações e deportações na Lituânia

Kaunas – Lituânia (Segunda-feira, 24-09-2018, Gaudium Press) Em sua atual visita aos países bálticos, no domingo, 23 de setembro, o Papa Francisco iniciou seu programa bem cedo e pouco depois das 8 horas da manhã ele deixava a Nunciatura Apostólica de Vilnius, na capital lituana e dirigia-se para Kaunas que foi capital temporária da Lituânia e hoje é a segunda cidade do país.

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As memórias da história da Lituânia narram que esta cidade teria sido fundada pelos Romanos na Antiguidade, em 1030. Atualmente é a principal cidade industrial da Lituânia, uma tendência que iniciou-se logo depois da Segunda Guerra Mundial.

A Arquidiocese de Kaunas tem sob sua orientação 520 mil católicos dentro de uma população total de 650 mil habitantes.

Cerca de cem mil fiéis esperavam o Pontífice no Parque Sántakos, local onde ele presidiu à celebração de uma Santa Missa.

Homilia

A homilia de Francisco iniciou-se após a leitura do Evangelho do dia com as palavras da narração de São Marcos sendo a fonte da inspiração para as palavras do Papa.

Ele comentou que São Marcos dedica grande parte do trecho desta passagem aos ensinamentos transmitidos por Jesus aos discípulos.
Para Francisco era algo como se Jesus, caminhando para Jerusalém, quisesse que os discípulos soubessem que segui-Lo implicaria em trazer para si momentos de enfrentar provações e sofrimentos.

Momentos de Cruz por seguir Jesus

Francisco recordou que a “A vida cristã passa sempre por momentos de cruz, que, às vezes, parecem intermináveis. As gerações passadas sentiram a dureza do tempo da ocupação, a angústia dos que eram deportados, a incerteza da sua volta, a vergonha da delação, da traição”.

Ele recordou também que São Marcos lembra que Jesus anunciou a sua Paixão em três ocasiões aos discípulos, e por três vezes expressaram sua perplexidade e resistência a esta notícia. No entanto, o Senhor sempre lhes deixou seu ensinamento.

Quantas vezes, – disse Francisco – o justo é perseguido, sofre insultos e tormentos pelo fato de ser bom!
Foi, então que recordou, rapidamente, a história recente do país:
Kaunas e a Lituânia conhecem bem esta realidade, sobretudo ao recordar dos guetos de Vilnius e de Kaunas.

Voltando ao Evangelho

O Papa disse que “os discípulos não queriam que Jesus falasse sobre sofrimento e cruz”; não queriam saber de provações e angústias, porque, segundo São Marcos, o interesse deles era outro: ao voltar para casa, discutiam sobre quem, entre eles, seria o maior.

“Irmãos, o desejo de poder e de glória é o modo mais comum de se comportar daqueles que não conseguem sanar a memória da sua história e, talvez, nem aceitam compromissos com o momento presente. Discutem sobre quem mais se destacou e foi mais puro no passado, quem possui mais direitos e tem mais privilégios. Assim, negamos a nossa história gloriosa por ser feita de sacrifícios, esperança, luta, serviço e fadiga”, disse o Papa.

Francisco fez votos para que “o Senhor possa reconciliar a nossa memória, acompanhar-nos no presente, apesar dos desafios e das chagas do passado…; Sigamos o Mestre como verdadeiros discípulos, compartilhando das alegrias e esperanças, das tristezas e angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e atribulados”. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

 

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