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A importância da formação religiosa na família

Redação (Terça-feira, 25-09-2018, Gaudium Press) No mundo de hoje não se passa um dia sem que se tenha acesso, seja pelos jornais, pela televisão ou pelo rádio, a relatos de violência, corrupção e devassidão moral. Tudo isso, sem sombra de dúvida, é fruto da falta da presença de Deus na vida das pessoas.

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Aparentemente, nada nos falta. Temos recursos tec¬nológicos jamais sonhados por nossos pais, avanços fantásticos em todas as ciências, na genética, nas pesquisas espaciais, na produção de alimentos, na velocidade da informação e das comunicações.

Com tantos e tão extraordinários recursos, deveríamos estar vivendo num mundo onde imperassem a paz, a justiça, a solidariedade. Mas o que vemos é injustiça, egoísmo, na forma de ataques terroristas brutais, crimes, sequestros, guerras, fome, doenças devastadoras, destruição ambiental.

Na sociedade, o consumismo desenfreado, a corrupção, a permissividade, a libertinagem são aceitos, e em alguns casos até louvados, como padrão normal de comportamento. Na televisão, que entra no recesso dos lares, as novelas, os programas de auditório de baixíssimo nível moral e cultural são prestigiados e copiados, por proporcionarem audiência e lucro financeiro. O que ensinam às crianças e adolescentes, na maior parte do tempo entregues à sua nefasta influência? Nada que possa fazê-los crescer espiritual, intelectual ou culturalmente. Ao contrário, estão destruindo a família e seus valores, apresentando como normais, e dignos de serem imitados, padrões de comportamento em que a fidelidade, a honestidade, o pudor estão fora de moda, o casamento de nada vale, o que vale é a satisfação dos sentidos, e aquilo que o povo apelidou de “lei de Gérson”, ou seja, “levar

vantagem em tudo”.

O que podemos concluir daí?

Simplesmente que, preocupadas em satisfazer seu egoísmo, em procurar o prazer acima de tudo, em cultuar o corpo e a beleza física, o sucesso e o dinheiro, as pessoas se esqueceram de que esta vida transitória nos foi dada por Deus para servir como ponte para uma outra vida, esta sim, definitiva. E o passaporte de entrada para o Reino de Deus não será baseado em conquistas materiais, no sucesso profissional ou intelectual, no poder que exercemos neste mundo. Será fundamentado no Bem que tivermos espalhado ao nosso redor, no serviço desinteressado ao próximo, na Verdade e na Beleza de nossas atitudes.

Como poderemos conseguir isso? Através de uma sólida e autêntica formação moral, de uma prática religiosa constante, do exercício da caridade, alicerçados no amor a Deus e na devoção a Maria Santíssima. É isso que devemos proporcionar a nossos filhos, através do exemplo de uma vivência autenticamente cristã.

Um dos valores hoje mais bem-conceituados é a liberdade do indivíduo. Mas o que em geral é esquecido é que a liberdade de cada um implica no respeito à liberdade do outro. Afirma São Tomás de Aquino que o homem tem toda a liberdade para a prática do bem, mas não, evidentemente, do mal.

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Nos lares em que esses ensinamentos são passados dos pais para os filhos é muito difícil que estes procurem a fuga enganosa pelas vias das drogas, da promiscuidade sexual ou do individualismo egoísta.

Se desde cedo forem ensinados, não só por palavras, mas pelo exemplo, a manifestarem seu amor a Deus através do respeito ao próximo, da compaixão, da solidariedade, do senso de justiça, enfim, de tudo o que Jesus nos ensina em seu Evangelho, suas vidas seguirão nesse caminho.

O grande desafio proposto a nós, cristãos, no mundo de hoje, é propagar o Evangelho de Jesus a todos, começando por dentro de casa. Não devemos nos intimidar com o que os outros vão achar, nem esmorecer na defesa dos ensinamentos de Cristo. Não importa se formos rotulados de carolas, ultrapassados. Temos de lutar contra o mal que se espalhou pelo mundo.

Do ponto de vista pessoal, tivemos, meu marido e eu, a grande felicidade de receber de nossos pais essa formação moral e religiosa. Por ela pautamos toda a nossa vida e a transmitimos a nossos três filhos. Sabemos que eles a passarão a nossos netos.

E como bênção maior de Deus, tivemos a graça de conhecer os Arautos do Evangelho e vir a fazer parte dessa Associação em que recebemos a cada dia novos meios de aprofundar na vida espiritual, através da oração fervorosa e constante, de atitudes concretas de apostolado, do exercício da caridade, da beleza da música e da solenidade nas cerimônias religiosas. O convívio nessa comunidade nos enche de alegria e de paz, aumenta cada vez mais em nós o amor a Deus e à sua Mãe Santíssima, além de tornar mais fácil a missão de evangelização a que fomos chamados.

É como um perfume que se espalha no ar: acaba atingindo também nossos familiares e amigos, atraindo-os para o mesmo ideal, numa reação em cadeia. Assim será contagiado um número cada vez maior de pessoas, que, por sua vez, irão propagar também a de-voção a Nossa Senhora como forma de chegar a Jesus. A célula dessa expansão é a família, mais unida quanto mais fiel for à doutrina de Cristo. Se conseguirmos que muitas sejam assim, esse mundo será um dia uma antevisão do Céu que nos espera, um mundo onde Maria reinará soberana e triunfal, conforme prometeu em Fátima.

Por Eliana de M. L. Vasselucci
(in “Revista Arautos do Evangelho”)

 

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