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Veronica Antal, romena, mártir da pureza, foi beatificada

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 25-09-2018, Gaudium Press) Enquanto o Papa Francisco realizava uma visita apostólica aos Países Bálticos, todos eles ainda se livrando das profundas feridas causadas pela ocupação comunista por mais de 50 anos, um outro país que também viveu sob o tacão da bota soviética realizava uma outra cerimônia religiosa cheia de alegria.

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Falamos da Romênia e da Beatificação de Verônica Antal.

Na verdade, a Igreja e o povo romeno têm agora uma nova Beata.

Trata-se de uma jovem de pouco mais de vinte anos que preferiu ser morta antes que renunciar à sua castidade: uma atitude que serve de exemplo para jovens do mundo todo.

A cerimônia na Romênia foi realizada na presença do cardeal Giovanni Angelo Becciu, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos que na ocasião expressou seus votos de que “Deus dê à Romênia a mesma coragem que teve Veronica Antal, para caminhar nos caminhos da bondade e do amor”.

A nova Beata Verônica Antal

“A nova Beata Veronica Antal, devota de Santa Maria Goretti, “ícone da pureza”, consagrou sua vida a Jesus e a Ele foi fiel até o martírio, ocorrido em um contexto trágico de grandes sofrimentos e de perseguições para os cristãos desta terra”, ressaltou o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, na homilia da Missa de beatificação de Veronica Antal, realizada na manhã do último sábado, 22, na Igreja da Assunção em Nisiporesti, Romênia.

Na época do comunismo

“Naquele triste período” -disse o purpurado- era-se preso “não somente por se oporem ao regime, mas também porque estavam prontos para testemunhar a sua fé em Jesus, um aspecto que aos olhos dos perseguidores aparecia como a “culpa” maior a ser punida.

A vida da comunidade católica foi particularmente colocada à dura prova pela doutrina comunista” com uma educação leninista-marxista, “danosa para toda a sociedade romena, pois excluía Deus e os valores cristãos do horizonte de vida das pessoas, em uma tentativa de destruir as almas”.

Uma vida comum santificada

A Beata Verônica estava lendo a biografia de Santa Maria Goretti, sem saber que dali a poucos dias, teria o mesmo fim: morta pelas mãos de um homem que queria se aproveitar dela.

A nova Beata, -agora com seu martírio em odium fidei oficialmente reconhecido- comentando aquela leitura, havia confidenciado a uma amiga que, se necessário, também ela teria se comportado assim.

Em um pedaço de papel havia escrito: “Eu sou de Jesus e Jesus é meu” e, de fato, para permanecer fiel a ele, preferiu a morte.

A família

Nascida em uma família de agricultores Nisiporesti, Moldávia (norte da Romênia), significou muito para a infância Veronica a figura da avó, que lhe ensinou a rezar e a participar da Missa dominical, além de iniciá-la no uso da roda de fiar e na costura, aprendizados que lhe permitirão criar diferentes roupas típicas de seu país.

Era uma menina alegre como todas as outras: nunca negligenciava a escola, mesmo tendo que contribuir com o trabalho no campo no qual toda sua família se dedicava, tanto que os pais começam a preparar seu dote, convencidos que a esperava um futuro com uma casa e uma família própria.

Chamado do Senhor

Aos 16 anos, no entanto, Verônica recebeu o chamado do Senhor.

A oração do Rosário, a Eucaristia e a participação na Missa diária para a qual caminhava cerca de oito quilômetros a pé, tendo que se levantar antes do amanhecer, já não lhe são o suficiente: ele quer entrar para um convento.

Infelizmente, no entanto, o governo comunista havia suprimido todas as ordens religiosas na Romênia, tendo ela que se contentar em viver sua vida de clausura em casa, onde organiza um quarto onde pode se recolher em oração sempre que sentisse necessidade.

Verônica tornou-se uma fiel seguidora da Ordem Terceira Franciscana e aderiu à Milícia da Imaculada.

Emitiu, de forma privada o voto de castidade e tornou-se a alma da paróquia.

Sua caridade para com os pobres, o ensino na catequese paa as crianças e a ocupação com a ajuda aos doentes solitários, às pessoas idosas, às mães em dificuldade eram suas características.

Seu lema era: “Esta é a vontade de Deus: a sua santificação”. E ela nunca o esqueceu.

O martírio

Foi em função dos preparativos para a Crisma que alguns jovens fariam no dia seguinte, que Veronica permaneceu na igreja. Era a noite de 23 de agosto de 1958.

As outras jovens já tinham saído, mas em seguida afirmaram tê-la visto inquieta e pálida, como se pressentisse o que lhe aconteceria.

Nos oito quilômetros entre os campos que devia de atravessar, Veronica encontra Pavel, um jovem da cidade que começa a agredi-la com propostas indecorosas, e diante da sua rejeição, a mata com 42 facadas, deixando-a sangrar até a morte em um campo de milho.

Ela será encontrada na manhã seguinte em uma poça de sangue, inviolável, com a coroa do Rosário ainda apertada entre os dedos.

Morreu como viveu…

“Viveu como uma santa e assim morreu”, diziam todos na cidade.

Logo começaram as visitas ao local de seu martírio como um santuário.

Hoje, a nova Beata é venerada e a ela os fiéis confiam seus problemas.

Por sua vida e por sua morte ela pode ser inscrita, com razão, entre os assim chamados Santos da Pureza, cujos exemplos mais conhecidos atualmente são Santa Maria Goretti e São Domingos Sávio que dizia: “A morte, mas não o pecado”.

Mas, pouco se fala destes jovens santos que começam a formar uma legião de santos que defenderam com a vida a pureza:

-Anna Kolesárová, a eslovaca beatificada há poucos dias;

-Teresa Bracco, a jovem italiana morta durante um ataque nazista;

-Carolina Kozka, polonesa retirada da casa por um soldado da ocupação russa. (JSG)

 

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