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Papa: o Cristão é chamado a participar das realidades humanas, mas, primeiramente, pertence a Deus

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 23-10-2017, Gaudium Press) Durante o tradicional encontro com fiéis e peregrinos para a recitação da oração do Angelus, na Praça São Pedro, neste domingo do dia Mundial das Missões, o Papa Francisco comentou o Evangelho do dia em sua alocução que precedeu a oração mariana.

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Disse o Santo Padre: “o Evangelho deste domingo nos apresenta um novo face a face entre Jesus e seus opositores. O tema abordado é o do tributo a César: uma pergunta “espinhosa”, sobre se é lícito ou não pagar o imposto ao imperador de Roma, que era submetida à Palestina no tempo de Jesus. As posições eram diferentes. Portanto, a pergunta feita pelos fariseus: É lícito ou não pagar imposto a César? era uma armadilha para o Mestre. De fato, dependendo de como tivesse respondido, ele seria acusado de estar a favor ou contra Roma”.

Logo em seguida o Francisco destacou “que Jesus, também neste caso, responde com calma e aproveita a pergunta maliciosa para dar uma lição importante, colocando-se acima da polêmica e coalizões opostas”.

Nosso Senhor pede aos fariseus que lhe mostrem a moeda do imposto. Eles trouxeram a moeda e Jesus perguntou-lhes de quem é a figura e inscrição. E eles disseram que era de César. A isto Jesus respondeu-lhes concluindo: “Pois deem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.

O Pontífice comentou que “Por um lado, intimando a restituir ao imperador o que lhe pertence, Jesus declara que pagar o imposto não é um ato de idolatria, mas um ato devido à autoridade terrena; por outro lado, e é aqui Jesus dá um “tapa de luva”, lembrando o primado de Deus, pede para dar ao Senhor da vida do homem e da história o que lhe cabe.”

De acordo com Santo Padre, “a referência à imagem de César, cunhada na moeda, diz que é justo sentir-se plenamente, com direitos e deveres, cidadãos do Estado; mas, simbolicamente, faz pensar na outra imagem impressa em cada homem: a imagem de Deus”.

“Ele é o Senhor de tudo, e nós, que fomos criados “à sua imagem” pertencemos, sobretudo a Ele. A partir da pergunta colocada pelos fariseus, Jesus faz uma pergunta mais radical e vital para cada um de nós, uma pergunta que nós podemos nos fazer: a quem pertenço? À família, à cidade, aos amigos, à escola, ao trabalho, à política, ao Estado? Sim, claro. Mas primeiramente, Jesus nos recorda, você pertence a Deus. Esta é a pertença fundamental. Foi Ele que deu tudo o que você é e o que você tem. Portanto, a nossa vida, podemos e devemos vivê-la todos os dias no reconhecimento dessa nossa pertença fundamental e no reconhecimento do coração para com nosso Pai, que cria cada um de nós individualmente, único, mas sempre segundo a imagem de seu Filho amado, Jesus. É um maravilhoso mistério.”

O Papa disse ainda que “o cristão é chamado a comprometer-se concretamente com as realidades terrenas, iluminando-as com a luz que vem de Deus. A confiança prioritária em Deus e a esperança Nele não levam a uma fuga da realidade, mas sim a trabalhar e dar a Deus o que lhe pertence. É por isso que o fiel olha a realidade futura, a de Deus, para viver a vida terrena em plenitude e responder com coragem aos seus desafios”.

Francisco pediu à Virgem Maria para que “nos ajude a viver sempre de acordo com a imagem de Deus que trazemos em nós, dentro, dando também a nossa contribuição na construção da cidade terrena”. (JSG)

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