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Papa recomenda fazer teologia de joelhos, no seio da Igreja, com o santo povo de Deus

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 29-12-2017, Gaudium Press) Numa das últimas Audiências de 2017, o Papa Francisco recebeu os membros da Associação Teológica Italiana, nesta sexta-feira, 29 de dezembro.

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A Associação é composta por 330 teólogos e acaba de completar 50 anos de fundação. Ela nasceu como um dos frutos do espírito de serviço e de comunhão indicado pelo Concílio Vaticano II.

Francisco falou aos membros da Associação de Teólogos sobre o papel urgente e imprescindível da Teologia “para repensar os grandes temas da Fé cristã”:

“Por isso, lhes peço que continuem a permanecer fiéis e ancorados ao Concílio e à capacidade que, naquela ocasião, a Igreja mostrou de deixar-se fecundar pela perene novidade do Evangelho de Cristo” , disse o Papa.

“Fazer Teologia juntos”

Falando do estilo de trabalho e estudo da Associação, Francisco quis ressaltar o seu modo de “fazer teologia juntos”. Para ele não se pode pensar em servir a Verdade de um Deus que é Amor de modo “individualista, particularista ou, pior ainda, numa lógica competitiva”:

“A pesquisa dos teólogos não pode ser pessoal; mas de pessoas que estão imergidas numa comunidade teológica a mais ampla possível, da qual se sentem e realmente fazem parte, envolvidas em laços de solidariedade e também de amizade autêntica. Este não é um aspecto secundário do ministério teológico! “

Intelectualidade e religiosidade

Continuando com suas palavras o Papa afirmou que o ministério teológico é o ministério do qual a Igreja tem grande necessidade.
Acentuando que existe um sentido das realidades da fé que pertence a todo o povo de Deus, inclusive de quem não tem meios intelectuais para expressá-lo, Francisco lembrou que, para ser fiéis autênticos, não é necessário ter realizado cursos acadêmicos de teologia:

“É nesta fé viva do santo povo fiel de Deus que todo teólogo deve sentir-se imergido e do qual deve sentir-se também amparado, transportado e abraçado. Isso não exclui, porém, que exista sempre a necessidade daquele específico trabalho teológico com o qual, como dizia São Boaventura, se possa chegar ao credibile ut intelligibile, isto é, àquilo que se crê enquanto é compreendido. É uma exigência da plena humanidade dos próprios fiéis.”

Perspectiva teológico missionária

Na perspectiva de uma Igreja em saída missionária o ministério teológico se torna particularmente importante e urgente, sublinhou Francisco.

Para o Papa, a teologia é “imprescindível” para repensar os grandes temas da fé cristã dentro de uma cultura profundamente transformada devido ao desenvolvimento científico e técnico sem precedentes e de uma cultura cristã onde nasceram visões distorcidas do Evangelho:

“Necessita-se de uma teologia que ajude todos os cristãos a anunciar e mostrar, sobretudo, o rosto salvífico de Deus, o Deus misericordioso, especialmente na presença de alguns desafios inéditos que envolvem hoje toda a humanidade”.

Exemplificando esses desafios, Francisco citou a crise ecológica, as desigualdades sociais e as migrações de povos inteiros e o relativismo teórico e prático.

Aconselhando teólogos

Antes de despedir-se dos teólogos fazendo votos de que as pesquisas da Associação possam fecundar e enriquecer todo o povo de Deus, o Papa concluiu suas palavras oferecendo três conselhos aos teólogos:

Não perder a capacidade de maravilhar-se, de fazer teologia de joelhos e no seio da Igreja, isto é, no santo povo fiel de Deus que possui o sensus fidei, “aquilo que na fé não pode errar.”

(JSG)

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