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Matança dos inocentes

Redação (Segunda-feira, 05-02-2018, Gaudium Press) Logo após a visita dos Reis Magos, precipitou-se contra o Menino Jesus uma terrível perseguição que visava sua morte.

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Herodes queria matar o Menino Jesus

O Anjo de São José apareceu-lhe, novamente em sonhos, e ordenou-lhe: “Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para O matar” (Mt 2, 13).

Compreendendo que era a voz de Deus, o esposo virginal de Maria obedeceu, “mesmo sabendo todos os riscos que correria indo para o Egito e que Jesus poderia ser morto a qualquer momento. Mais uma tremenda perplexidade, a exigir-lhe o sangue da alma!

Se ele não houvesse sido dócil às moções divinas ao longo da vida, certamente não estaria preparado para sê-lo nesta ocasião. Flexível à graça, ‘levantou-se durante a noite, tomou o Menino e sua Mãe e partiu para o Egito’ (Mt 2, 14).

“São José não esperou o raiar da aurora para agir. Tendo-se levantado logo após o sonho, foi até o aposento de Nossa Senhora, que dormia um sono angélico, e despertou-A a fim de Lhe comunicar a necessidade de partir de imediato.

“O Deus-Menino, a Virgem-Mãe e o pai virginal saíram à noite, acompanhados de um burrico que era montado por Nossa Senhora e carregava as poucas bagagens e alimentos que conseguiram preparar para a incerta viagem.

São João Batista foi conduzido para outra cidade

“O Santo Casal estava receoso de que a cólera de Herodes atingisse também São João Batista, por sua relação com o Menino Jesus e os fatos maravilhosos que rodearam seu nascimento. Decidiram, então, ir até Ain-Karim, pedindo aos Anjos que avisassem Santa Isabel e São Zacarias de sua passagem.

“Encontrando-se na estrada, as duas famílias julgaram mais prudente que Maria e José levassem consigo o pequeno João. Ele seria deixado sob a custódia de um parente de Zacarias, também levita, que morava numa cidade mais próxima do litoral, até cessar o perigo na região.”

Informado sobre vários fatos ocorridos após o nascimento de Jesus, Herodes “ficou muito irado” (Mt 2, 16a). Fazendo os cálculos a respeito da idade desse suposto rival, “conforme o tempo exato que havia indagado dos Magos” (Mt 2, 16b), concluiu que, no máximo, Ele contaria dois anos.” Então, esse “covarde assassino: mandou matar todas as crianças que pudessem “ameaçar” seu trono ‘em Belém e nos seus arredores’ (Mt 2, 16a).

“Realizava-se a profecia de Simeão: “Eis que este Menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel” (Lc 2, 34). Ele vinha trazendo todo o bem, mas muitos não O aceitavam por não quererem reconhecer o mal que praticavam.”

Castigo dos que escolhem a terceira posição

Houve, então, a tremenda chacina. “O espetáculo não poderia ser mais espantoso! Homens armados, acostumados à guerra e desprovidos de sensibilidade, entram em todos os lares à procura dos meninos. Alguns estão no colo de suas mães. Estas abraçam os filhos com toda a força, na ilusão de que os soldados se compadecerão… De forma alguma! Arrancados dos braços maternos, são degolados ainda no ar e têm seus corpos jogados ao chão jorrando sangue.

“As mulheres, naturalmente, desmaiam de dor; nada, porém, comove o coração desses carrascos! Outros rebentos estão escondidos, mas choram e logo são encontrados pelos soldados. Agarrando aqueles inocentes com suas mãos vis, atravessam-lhes o peito com a ponta da espada. Enquanto o sangue se espalha, muitos pais tentam reagir, mas as instruções são muito claras: quem se insurgir, deve também ser executado sem piedade.

“Muitos dos familiares ruins de São José […] tentaram evitar que a morte sobreviesse aos seus lares denunciando aos soldados de Herodes que a Sagrada Família havia fugido. Visavam que eles partissem ao seu encalço e o Menino Jesus fosse morto, afastando a espada de seus descendentes.

“Contudo, recebendo o prêmio dos que optam pela terceira posição, nem uma coisa nem outra conseguiram. As crianças foram exterminadas, e o Santo Casal escapou com o verdadeiro Rei dos judeus. Todavia, em razão dessa denúncia, Herodes estendeu a matança não só aos arredores de Belém, como a outras cidades, atingindo, inclusive, ao local onde moravam Santa Isabel e São Zacarias, como Maria e José haviam previsto sagazmente […]

Primeiros mártires da Igreja Católica

“Concluído o trabalho, os verdugos retiraram-se. Uma matança abominável, de clamar aos Céus e feita de sangue inocente, realizara-se sob o olhar de Deus, dentro d’Ele, com seu conhecimento desde toda a eternidade. E, enquanto Homem, Ele também a seguia de longe, a caminho do deserto…

“Seu Coração Divino, Sagrado e Modelo de todos os corações, se bem que de um bebê, era mais sensível que qualquer outro. No colo de sua Mãe e distante dos perseguidores, os gritos, gemidos e prantos eram como que levados pelo vento até os sacrossantos ouvidos de Nosso Senhor Menino, e talvez Ele tenha chorado. Pensava naquelas cenas horríveis e condoía-Se profundamente dessas vítimas que se imolaram, muitas sem o saber, para que Ele fosse salvo.”

“Estes foram os primeiros mártires da Igreja Católica. Por que mártires? Por uma razão muito simples. Eles foram mortos por ódio à Fé, a Deus […]; embora não tivessem consciência de si mesmos, foram todos para o Céu como mártires. E são os Santos Inocentes cuja festa se celebra no dia 28 de dezembro […]. Essas crianças foram batizadas no próprio sangue.”

O assassinato desses inocentes feito por homens facínoras causa-nos horror. Mas atualmente muitas mães matam seus próprios filhos, através do aborto… Peçamos aos Santos Inocentes que intercedam junto a Deus, para fazer cessar as abominações hoje praticadas em todo o mundo.

Por Paulo Francisco Martos

(in “Noções de História Sagrada” – 139)

 

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1 – CLÁ DIAS, João Scognamiglio, EP. São José: quem o conhece?… São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae. Arautos do Evangelho. 2017, p. 268.270.278 passim.

2 – CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Um auge de amor de Deus. In Dr. Plinio, São Paulo. Ano XX, n. 237 (dezembro 2017), p. 34.

 

 

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