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Arcebispo dos EUA propõem a cavalaria medieval como inspiração para “novos homens”

Estados Unidos – Filadélfia (Quarta-feira, 07-02-2018, Gaudium Press) O Arcebispo de Filadélfia, Estados Unidos, Dom Charles Chaput, presidiu uma conferência no Congresso ‘Into The Breach’ sobre a pastoral dos varões na Diocese de Phoenix, Estados Unidos. Em seu discurso, o prelado criticou com clareza a erosão do conceito de masculinidade na cultura e propôs exemplos históricos como o dos templários medievais como inspiração para os homens de hoje. “A masculinidade, irmãos, é um assunto de biologia. Simplesmente acontece”, expôs o Arcebispo. “A virilidade deve ser aprendida e merecida e ensinada. Essa é a nossa tarefa”.

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O prelado intitulou sua apresentação “Memória, Sexualidade e o Novo Homem”. O primeiro desses elementos, a memória, foi destacado como um importante componente da identidade. E como um exercício de memória, Dom Chaput recordou a história dos Cavaleiros Templários, segundo informou ‘Crisis Magazine’. “Exatamente há 900 anos, no ano 1118-19, um pequeno grupo de homens se reuniu em Jerusalém para formar uma comunidade religiosa”, expôs o Arcebispo. Esses homens desejavam viver uma vida de oração e serviço, mas acabaram servindo de uma forma inesperada, ao verem-se obrigados a colocar a serviço dos fiéis suas habilidades militares na proteção dos peregrinos e dos Santos Lugares.

Apesar de seu modesto início, seu crescimento e a aprovação papal da ordem, levaram os Templários a se tornarem “a mais efetiva força militar cristã na Terra Santa durante quase 200 anos”. O prelado recordou os louvores de São Bernardo à ordem, contida no texto “Elogio da Nova Cavalaria”. “Mas prestem atenção especial a essa expressão: ‘A Nova Cavalaria'”. A cavalaria medieval teve seu início em uma profissão militar caracterizada pela vaidade, a violência e a libertinagem, que durante séculos foi canalizada pela Igreja e a nobreza até um ideal distinto. Os Templários eram a expressão dessa meta: “uma nova ordem de novos homens cristãos, habilidosos nas armas, vivendo como irmãos, comprometidos com a oração, a austeridade, a castidade e devotos radicalmente em servir a Igreja e seu povo, especialmente os fracos”, comentou o prelado.

Dom Chaput descreveu o cristianismo como uma “religião combativa” que desperta nos homens um desafio. “Os homens necessitam um desafio. Os homens necessitam colocar-se à prova e demonstrar seu valor”, indicou. “Os homens se sentem mais vivos quando estão entregando-se a um propósito mais elevado que o seu próprio conforto”. Os homens seguiram a vocação de seguir as regras em congregações religiosas “não para fugir do mundo, mas para transformá-lo”. “É por isto que o ideal da cavalaria -apesar de todas as fantasias de vídeo games e conspirações maçônicas que o mundo trata de adicionar-lhe- ainda tem um forte controle sobre os corações e a imaginação dos homens”, explicou. “Como homens, somos projetados por natureza e confirmados pela Palavra de Deus para fazer três coisas principais: prover, proteger e dirigir, não por nosso próprio interesse, não nossas vazias vaidades e apetites, mas a serviço dos outros”.

“Os homens, todos nós, tanto clérigos como leigos, temos uma responsabilidade especial porque o Evangelho nos recomenda ser líderes”, afirmou Dom Chaput. “Isso não nos torna melhores do que qualquer outra pessoa. Não tira nada ao gênio das mulheres nem da igualdade de mulheres e homens. Mas os seres humanos não são unidades idênticas. Não somos peças intercambiáveis de maquinaria social”. Desconhecer estas diferenças faz com que as pessoas percam a noção inclusive de seu próprio corpo e caiam em erros como a ideologia de gênero, o trans humanismo ou as depravações sexuais. “O mundo necessita de homens católicos fiéis, homens com fome de serem Santos. O papel de um marido e pai católico, um homem que sacrifica seus próprios desejos, por amor, para atender às necessidades de sua esposa e seus filhos, é a pedra angular da vida de um lar cristão”.

Como parte do chamado específico do varão, o Arcebispo advertiu claramente o dever de resguardar-se de modo especial da infidelidade e da pornografia e cultivar o cavalheirismo, o respeito e o bom trato, obscurecidos pela vulgaridade e indecência comuns na época atual. Aos homens casados, lhes recomendou ter filhos e entregar-lhes seu tempo e seu coração. “Existe apenas uma maneira para qualquer um de nós chegar alguma vez a converter-se em um genuíno homem novo, um homem novo mesmo em nossa estrutura celular; o novo homem que necessitam nossas famílias, nossa cultura e nosso mundo”, resumiu Dom Chaput. “É dando-nos totalmente a Deus”. (EPC)

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