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“Católicos devem defender sua identidade apesar das pressões”, exorta o Cardeal Sturla

Uruguai – Montevidéu (Quinta-feira, 22-02-2018, Gaudium Press) O Cardeal Daniel Sturla, Arcebispo de Montevidéu, Uruguai, encorajou um testemunho de Fé no país, apesar das pressões contrárias expressas em fatos recentes, como o veto da imagem da Santíssima Virgem na Rambla de Montevidéu. O purpurado explicou ao semanário ‘Búsqueda’ a participação da Igreja em questões controversas e a grande contribuição do trabalho social que desenvolve em meio dos povos mais vulneráveis.

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“Neste país, por muitas razões históricas, entre outras, o dizer-se católico não soa bem na sociedade. Me dizer cristão é melhor, mas dizer-me católico soa mal. Creio ainda que existe uma discriminação para com a Igreja Católica”, expôs o Cardeal ao falar de sua clara atitude de não identificar-se com setores políticos e as tentativas de silenciar a voz da Igreja em temas relacionados com o bem comum. “O caso da Virgem Maria na Rambla foi um típico caso de discriminação contra a Igreja Católica”.

O Arcebispo recordou as mensagens de apoio recebidas durante a controvérsia desatada pela retirada da imagem religiosa, incluindo o reconhecimento do embaixador de Israel da liberdade dos judeus para celebrar eventos religiosos no mesmo espaço sem protesto das autoridades em solidariedade com as reivindicações do prelado. “É uma sociedade onde dizer-se católico custa. Creio que isso é precisamente o que estamos tentando impulsionar: ser católicos não diminuídos nem complexados, muito menos ampliados. Simplesmente contentes de ser o que somos: católicos”, expressou o Cardeal Sturla, que recordou que a Igreja Católica é uma das instituições fundadoras do país.

“A Igreja é uma parteira da pátria, estivemos desde a evangelização dos índios, a fundação das cidades, as muralhas de Montevidéu foram construídas pelos jesuítas com os índios das Missões. Tantas cidades foram fundadas por sacerdotes: Flórida, Trinidad, Santo Domingo de Soriano, Mercedes. E poderíamos continuar”, recordou. “A Igreja esteve presente no Uruguai com uma série de instituições sociais e educacionais, fundou sindicatos, tem os cottolengos com meninos e meninas que devem ir e ver o que são. A Igreja está em todos os bairros, tem cuidado dos idosos, de pacientes com AIDS”.

A falta de consciência sobre este papel da Igreja corresponde, segundo o Cardeal, ao êxito parcial das tentativas de descristianizar a sociedade no início do século XX. “Ao uruguaio lhe custa muito expressar o religioso porque precisamente o dogma do jacobinismo tem sido que o religioso pertence ao âmbito da consciência individual. Isso os uruguaios, até mesmo os católicos, temos incorporado”, explicou. “Os jovens que foram às Jornadas Mundiais da Juventude vem com um grande impulso porque sentem que não há quatro gatos loucos, mas há muitas pessoas de todos os tipos, que acreditam e que expressam com alegria sua Fé. E isto faz muito bem”. (EPC)

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