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Valência comemora o “Mistério dos Sagrados Corporais”

Espanha – Valência (Quarta-feira, 28-02-2018, Gaudium Press) Há quase 780 anos, no povoado de Valldalbaidina de Llutxent, Comunidade de Valência, Espanha, ocorreu um evento prodigioso: foi no dia 24 de fevereiro de 1239, várias formas consagradas, que foram protegidas com os corporais após um ataque muçulmano, apareceram ensanguentadas.

O acontecimento, conhecido como a Festa do “Mistério dos Sagrados Corporais”, foi lembrado no sábado, 24 de fevereiro, durante a “Grande Jornada Eucarística” que foi celebrada em Llutxent e presidida por Dom Javier Salinas, Bispo Auxiliar de Valência, com a presença de centenas de peregrinos desta cidade e também procedentes de Daroca e Carboneras de Guadazón, que estão vinculados ao “Milagre dos Corporais”; a primeira porque abriga os corporais, a segunda, a tela que cobria as formas sagradas.

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A celebração esteve marcada por uma Missa Solene presidida por Dom Salinas na Basílica de Corpus Christi no Monte Santo, Llutxent; e pela exposição do Santíssimo Sacramento durante 16 horas, com turnos de adoração. Como preparação para a Eucaristia, se começou com a oração de laudes e uma Missa na Paróquia da Assunção de Nossa Senhora, onde se recriou o ofício de Corpus Christi, para assim comemorar o milagre ocorrido no século XIII.

Na hora média, se iniciou a procissão de Corpus Christi, que culminou no templo paroquial, onde se realizaram as vésperas solenes.

Na ocasião, os fiéis também veneraram as relíquias do Beato José Aparicio, mártir da Guerra Civil Espanhola, que recuperou a tradição da comemoração do “Mistério dos Corporais”, há já mais de 80 anos. Tanto assim que fundou a Irmandade do Santíssimo Mistério dos Corporais.

A festa, que não terminou no domingo, 24 de fevereiro, se estenderá até a quinta-feira do Corpus Christi, com duas celebrações: o segundo domingo de maio com a peregrinação em Carboneras; e o Corpus Christi em Daroca, para recordar a transferência das formas sagradas pelo exército cristão.

Os episódios de 1239 ocorreram no contexto da reconquista de Llutxent pelas tropas do rei Jaime I. Conta-se que antes da batalha, o exército do monarca, que era cristão, celebrou uma Missa, circunstância que os muçulmanos aproveitaram para atacar. Surpreendidos por isso, o sacerdote que presidia a Missa dobrou os corporais com as formas consagradas em seu interior, guardando-as debaixo de uma pedra para protegê-las.

Uma vez terminado o ataque pelas hostes de Jaime I, a Missa foi retomada, mas qual foi a surpresa do sacerdote que oficiava a Missa quando, ao recuperar hóstias consagrados, descobriu que estavam ensanguentados. As formas com os corporais foram posteriormente levadas para Daroca, enquanto uma tela que os cobria foi movida para Carboneras de Guadazaón. (EPC)

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