“Enfermagem profissão que se torna uma verdadeira missão”, diz Papa
Cidade do Vaticano (Terça-feira, 06-03-2018, Gaudium Press) Os membros da Federação dos Enfermeiros profissionais, Assistentes da saúde e Vigilantes da Infância, que iniciaram seu primeiro Congresso nacional italiano, em Roma, foram recebidos no sábado pelo Papa Francisco, na Sala Paulo VI,
No discurso então proferido, o Santo Padre quis destacar o papel insubstituível dos enfermeiros na assistência aos doentes.
Ele recordou que os enfermeiros mantêm uma relação pessoal e contínua com os pacientes, dos quais cuida diariamente, ouve as suas necessidades e está em contato direto.
Promover, prevenir, restabelecer e aliviar
Mostrando-se bem informado a propósito da tarefa e missão dos enfermeiros, o Papa citou o Código internacional de Enfermagem, que indica quatro das tarefas fundamentais destes profissionais da saúde:
“promover a saúde, prevenir a doença, restabelecer a saúde e aliviar o sofrimento”.
Foi, então que Francisco salientou que a enfermagem tem “funções complexas e múltiplas, que tocam todos os âmbitos da cura, e são realizadas em colaboração com outros profissionais. O caráter de cura e prevenção, de reabilitação e paliativo da sua ação exige um alto profissionalismo, que requer especialização e atualização”.
Esse profissionalismo descrito pelo Papa, não se manifesta somente em nível técnico, mas sobretudo na esfera das relações humanas, que requerem atenção, competência e conforto.
Para o Pontífice, que procurou sempre expressar seu apreço por esta profissão-missão, ela é uma síntese das capacidades técnicas e a sensibilidade humana:
“Ao cuidar de homens e mulheres, crianças e pessoas idosas, – em qualquer fase da sua vida, desde o nascimento até à morte – vocês estão em contínua escuta e compreensão das exigências de um enfermo, cuja situação requer um árduo esforço de discernimento e atenção. Desta forma, sua profissão se torna uma verdadeira missão”.
Espiritualidade, assistência religiosa, promoção da vida
Dentro de suas atividades, os enfermeiros são promotores da vida e da dignidade das pessoas, da espiritualidade e da assistência religiosa entre os pacientes, o que deve ser realizado de modo amoroso, como Jesus fez com o leproso, que lhe curou e amou com ternura.
A chave para entender o doente
Para encerrar seu pensamento, Francisco destacou: “É precisamente a ternura a ‘chave’ para entender o doente e o remédio precioso da sua cura. A ternura passa do coração às mãos, com respeito e amor fraterno. Por sua vez, os enfermos também devem entender a humanidade dos enfermeiros: devem pedir, sim, mas sem exigir, mantendo o devido respeito e gratidão pelo serviço que lhes prestam”.
O Santo Padre exortou os presentes a não esquecer do bom “remédio” do carinho e do sorriso, um gesto simples, mas muito importante para o doente e desejou aos numerosos enfermeiros de toda a Itália, sucesso no Congresso: “Que ele seja uma ocasião propícia e frutuosa de reflexão, confronto e partilha.”
Recordações e reconhecimento de Francisco
Francisco aproveitou a ocasião para recordar e fazer um ato de reconhecimento a uma enfermeira que há anos o atendeu e salvou sua vida.
Foi, então a ocasião de o Papa prestar uma homenagem especial à Irmã Cornélia, uma religiosa italiana, pertencente à ordem dominicana e que trabalhava na Argentina.
Graças à sua intervenção junto aos médicos, ele se salvou quando foi hospitalizado aos vinte anos, em graves condições de saúde.
À esta religiosa e enfermeira, o Papa expressou toda a sua gratidão.
Enfermagem e Igreja Católica
Seria oportuno recordar também que a instituição do trato de doentes é de origem.
Antes das pessoas que, por amor a Deus, dedicavam sistematicamente seu trabalho e sua vida ao trato com os enfermos, não existia a instituição dos enfermos.
Com os primeiros hospitais criados por religiosas católicas, nascia a instituição. Ordens religiosas tanto masculinas quanto femininas surgiram ao longo dos séculos para realizar uma verdadeira missão de cura material e espiritual. Era a virtude caridade cristã que brilhava, era o exercício dos conselhos evangélicos da realização das obras de misericórdia tanto corporais quanto espirituais.
Isto confere, hoje, à Igreja autoridade suficiente para o Papa poder dizer as recomendações que fez aos congressistas. (JSG)
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