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Papa Francisco recebe participantes do Curso de Foro Interno

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 09-03-2018, Gaudium press) O Santo Padre recebeu em audiência cerca de 400 participantes do “Curso do Foro Interno”, promovido pela Penitenciaria Apostólica.
Com esta audiência na manhã desta sexta-feira, o Papa encerra o Curso.

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O Curso e o Sínodo sobre a Juventude

Promovendo este Curso, a Penitenciaria Apostólica tinha em vista o próximo Sínodo dos Bispos sobre a Juventude.
Nestes dias de estudo foi debatido o tema sobre a “relação entre a Confissão sacramental e o discernimento vocacional”.

A reflexão do Papa dentro desta temática importante foi sobre a “atenção que um jovem sacerdote confessor deve ter ao administrar o sacramento da Confissão, em vista de um eventual discernimento vocacional juvenil”.

Apenas Instrumento

Relembrando São Tomás de Aquino, Francisco afirmou que é preciso, antes de tudo, redescobrir a “dimensão instrumental” do ministério da Penitência.

Explicou o Pontífice:
“O sacerdote confessor não é a fonte de Misericórdia, nem da Graça, nem instrumento indispensável, mas sempre e somente instrumento! E quando o sacerdote se adorna disto, impede que Deus aja nos corações.
Esta consciência deve favorecer uma atenta vigilância sobre o risco de se tornar ‘dono das consciências’, sobretudo na relação com os jovens, cuja personalidade ainda está em formação e, por isto, muito mais facilmente influenciável”.

Saber ouvir, Homem de escuta

Para o Papa, o confessor deve recordar-se que é apenas instrumento da Reconciliação, que não quer dizer uma redução do ministério, mas a sua plena realização.

Então, Francisco falou sobre a dimensão de “saber ouvir”, antes de dar respostas:
“O confessor deve ser homem da escuta: escuta humana do penitente e escuta divina do Espírito Santo. Ao ouvir o irmão penitente, ouvimos o próprio Jesus, pobre e humilde; ao ouvir o Espírito Santo, colocamo-nos em zelosa obediência, tornando-nos ouvintes da Palavra, prestando o maior dos serviços aos jovens penitentes, ou seja, colocando-os em contato com Jesus”.

Discernimento Vocacional

Quando são colocados em prática estes dois elementos, afirma o Papa, o colóquio sacramental abre um caminho prudente e orante que é o “discernimento vocacional”. Todo jovem tem o direito de ouvir a voz de Deus, seja na sua consciência seja através da escuta da Palavra. Aqui entra o acompanhamento sapiente do confessor, que se torna padre espiritual:
“O discernimento vocacional consiste, antes de tudo, em uma leitura dos sinais, que Deus colocou na vida do jovem, mediante as suas qualidades e inclinações pessoais, por meio de encontros e oração, como fez Samuel: ‘Fala, Senhor, que o teu servo escuta’.”

Confissão sacramental: ocasião privilegiada de encontro com Deus

Para concluir suas palavras aos participantes do “Curso de Foro Interno”, Francisco, afirmou que o colóquio da Confissão sacramental torna-se ocasião privilegiada de encontro com Deus, para o penitente e para o confessor.
Assim, a vocação jamais coincide com o formalismo, mas é o contato direto, vital e imprescindível com o próprio Jesus.

“Médico e juiz”, “pastor e pai”, “mestre e educador”

E o Papa ainda relembrou aos presentes as categorias que definem um confessor: “médico e juiz”, “pastor e pai”, “mestre e educador”, mas, sobretudo para os jovens, é testemunha: “testemunha da compaixão e da misericórdia divina”. (JSG)

 

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