Vila Velha (ES) recebe a exposição “As Sete Alegrias de Nossa Senhora”

Vila Velha – Espírito Santo (Quarta-feira, 04-04-2018, Gaudium Press) Antes de se dirigem até o altar de Nossa Senhora da Penha, os romeiros devotos poderão conferir, na Sala de Exposições do Convento da Penha, “As Sete Alegrias de Nossa Senhora”.

A mostra, que vai até o dia 26 de maio, conta com curadoria de Celso Adolfo, que reuniu artistas capixabas para retratar, com destaque, as Sete Alegrias de Maria, uma tradição franciscana do século XIV e que faz parte da devoção “Coroa Franciscana”, e o Convento da Penha. Até o momento, o curador já conseguiu reunir 43 obras.

“Eles foram muito felizes apresentando as alegrias de Nossa Senhora na visão deles”, disse o guardião do Convento da Penha, Frei Paulo Pereira, que elogiou o trabalho dos artistas.

“Eles mostraram essas alegrias em cada tela, nas suas mais diferentes manifestações. Depois, a outra parte da exposição é o Convento da Penha, um espaço de referência para o povo. Para o capixaba, o Convento fala muito e, para o artista capixaba, fala mais ainda, com detalhes que um olho desatento não consegue captar. Essa sensibilidade do olhar a gente também pode oferecer. A arte leva a isso: despertar sensibilidade. A gente vive num mundo bruto e insensível”, acrescentou Frei Paulo.

Para o religioso, “todos os conventos ali pintados não são feitos na perspectiva: ‘vou pintar uma paisagem bonita’, mas, sim, de uma paisagem bonita que me leva à contemplação do mistério bonito que o Convento guarda”.

A Igreja, continuou Frei Paulo, sempre promoveu a arte como catequese e manifestação do sagrado, uma vez que “pela pintura, pela imagem, pela própria configuração de templos, isso tudo é pensado para ajudar o povo a rezar”.

“Na linguagem dele, o artista tem uma visão de mundo, de futuro, de céu – mesmo que nem sempre seja cristão católico -, que faz com maestria. Na arte, ele apresenta um projeto de mundo diferente, um projeto de sonhos novos. Aí ele consegue pintar, consegue colocar cor, consegue forma aos seus sentimentos de mundo novo. Então, a Festa da Penha, a ressurreição do Senhor, inaugura um mundo novo, e o artista traz isso para nós. É importante que o Convento da Penha possa também oferecer espaço para a contribuição dos artistas”, ressaltou.

Celso Adolfo acredita que esta mostra celebra alegrias. “Aqui, para nós, capixabas, esta devoção é revivida na ladeira ‘velha’ do Convento. A ladeira da Penitência, das sete curvas, das Sete Alegrias. Caminho que nos leva à ‘ermida branca, onde está a nossa esperança’, Nossa Senhora da Penha, seu santuário, nosso convento. Para os artistas, uma fonte de inspiração. Caminhos poéticos de um doce catecismo. Alegrias narradas no íntimo do coração, transparecendo a fé”, afirmou, destacando ainda que as imagens do Convento da Penha são como versos da identidade cultural capixaba.

As Sete Alegrias

Sétima alegria: “Assunção de Maria e sua Coroação no Céu”. Autor: Luís Keiper. Composição: têmpera acrílica sobre tela;

Sexta alegria: “Maria vê Jesus Ressuscitado”. Autor: Lastênio Scopel. Composição: acrílica sobre tela;

Quinta alegria: “O encontro do Menino Jesus no Templo”. Autora: Vanessa Xavier. Composição: mista sobre tela;

Quarta alegria: “A adoração dos três Reis Magos”. Autor: Júlio Braga. Composição: óleo sobre tela;

Terceira alegria: “O nascimento do Menino Jesus em Belém”. Autora: Anna Maria Villa-Forte. Composição: mista e pastel sobre tela;

Segunda alegria: “A visitação à Santa Isabel”. Autora: Bianca Romano. Composição: acrílico e carvão fuseain sobre tela;

Primeira alegria: “A anunciação do Arcanjo Gabriel”. Autor: Israel Scárdua. Composição: acrílica e giz pastel sobre tela. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações do site www.franciscanos.org.br