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Presidente de comissão da CNBB lista princípios para evitar abusos litúrgicos

Redação (Sexta-feira, 04-05-2018, Gaudium Press) O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB e bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA), Dom Armando Bucciol, em texto publicado no site da Conferência, comenta o uso de posturas e comportamentos que não correspondem às orientações da Igreja Católica.

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Ao mencionar o fato de que, nas redes sociais, têm sido veiculadas imagens que mostram comportamentos incoerentes com os preceitos católicos dentro das cerimônias religiosas, ocasionando em abusos litúrgicos, Dom Bucciol observa estas posturas como expressões de “criatividade selvagem” e que acabam difundindo a imagem da chamada “liturgia ‘show”, de baixa ou equivoca coerência com a identidade litúrgica da Igreja. “Estes vídeos não refletem o que acontece na grande maioria das comunidades eclesiais”, afirmou.

O prelado defende que é preciso melhorar essas condutas e acredita que a grande maioria dos ministros ordenados celebra com fé, competência e espiritualidade.

“Se deslizes superficiais, abusos litúrgicos, expressões banais, às vezes, recebem a honra (ou desonra) da rápida e ambígua difusão mediática, tenho certeza, e experiência, de que as milhares de celebrações que acontecem pelo país são bem preparadas, vividas e alimentam a fé, em Jesus, de tantos irmãos e irmãs”, disse.

Ainda conforme o presidente da Comissão para a Liturgia, os abusos litúrgicos não podem ser ignorados e justificados, uma vez que são resultantes de insuficiente ou errada compreensão do que é liturgia e do “papel” do ministro.

Diante deste cenário, Dom Armando recorda alguns princípios que considera essenciais e que deveriam nortear quem preside e colabora nas celebrações litúrgicas:

1 – Antes e acima de tudo, o protagonista (‘primeiro ator’) é Jesus Cristo que, no Espírito Santo, une a sua Igreja na perene louvação ao Pai, em sua entrega por amor. É Ele que deve aparecer e resplandecer, não o ‘servo'”;

2 – Os ‘ministros’ são só (indignos) ‘servos’, de Cristo e da Igreja. Ninguém é ‘dono’ nesta delicada e exigente missão, que pede muitas competências e uma verdadeira ‘vida no Espírito’, isto é, oração – diálogo íntimo e eclesial com o Senhor;

3 – É preciso adquirir um estilo celebrativo amadurecido, na formação teológica (‘profissional’ do ministro) e na experiência de fé, a começar pela iniciação cristã, antes, e pela vivência litúrgica nas casas de formação. A liturgia exige a compreensão do que somos e do que devemos fazer;

4 – Na liturgia, não é suficiente seguir à risca as rubricas (o que é importante, mas não basta). Pede-se muito mais. Trata-se de compreender e viver ‘de dentro, o mistério pascal de Cristo, com todas as consequências que comporta, em nível pessoal e pastoral;

5 – Quem preside não é um ‘ator’ (ou comediante) que deve embelezar cerimônias para entreter o seu público que, satisfeito pelo espetáculo, bate palmas e…’gostou’! Nada disso tem a ver com o que celebramos quando ‘anunciamos a morte do Senhor’! (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações da CNBB

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