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Na Nicarágua, Tradicional Procissão pela paz foi cancelada

Manágua – Nicarágua (Quinta-feira, 03-01-2019, Gaudium Press) Uma tradicional procissão que é realizada desde 1968, quando no dia primeiro de janeiro o Santíssimo Sacramento é conduzido pelas ruas de Manágua, capital da Nicarágua, foi cancelada.

A procissão foi convocada e depois cancelada pelo cardeal Brenes, ainda no sábado (29/12) à noite, sendo substituída por um Dia de Oração e uma Missa na catedral.

A Procissão que partia do Colégio Cristo Rei até a Catedral de Manágua, nunca precisou de autorização da polícia local.

Acontece, porém que, desde outubro passado, foram proibidas todas as manifestações nas ruas que não tenham sido convocadas pelo Governo.

Daí a origem da nota do Cardeal Brenes emitida no sábado na qual ele comunica que “a atividade programada para janeiro será limitada a uma Oração na parte da tarde com a adoração do Santíssimo Sacramento na Catedral de Manágua, seguida por uma Missa”.

O Cardeal não forneceu motivos mais particulares sobre o motivo que determinou a mudança de programa. O comunicado limita-se a afirmar que “a escolha foi feita para favorecer o ambiente de oração e de reflexão da comunidade eclesial arquidiocesana”.

Polícia toma a área onde passaria a procissão

Por onde deveria passar a procissão a polícia sandinista montou um forte esquema de segurança com a presença da polícia de choque e forte aparato de repressão para demonstrar seu desejo de impedir a realização do ato religioso.

Logo cedo, a polícia de Ortega enviou seus agentes para cercarem a área que é conhecida como “Cristo Rei”. Seria ali o ponto inicial para o deslocamento dos fiéis católicos até a Catedral de Manágua, localizada no centro de Manágua, a poucos quilômetros de distância.

O principal ato de protesto dos nicaraguenses contra essa atitude do governo foi realizado através das redes socais.

A Nicarágua hoje

Recorda-se que a procissão tinha sido anunciada pelo clero nicaraguense como um ato de fé e também como uma contribuição da Nicarágua para recordar o Dia Mundial da Paz, que a Igreja Católica celebrou no dia primeiro de janeiro em todo o mundo.

É bom lembrar também que as relações entre o Estado e a Igreja na Nicarágua ficaram muito tensas desde abril passado quando explodiram os protestos antigovernamentais em Manágua e em outras cidades nicaraguenses, com enfrentamentos que causaram a morte de centenas de pessoas.

E nos dramáticos dias em que a polícia interveio de modo violento contra os manifestantes, a Igreja ficou ao lado das vítimas. As agências falam de centenas de desaparecidos e 674 “prisioneiros políticos”, enquanto que o governo confirma 340 prisioneiros, que chama de “terroristas, “golpistas” e “criminais comuns”.

(JSG)

 

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