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Cinzas sagradas – origem, significado, presença na Bíblia

Redação (Quarta-feira, 06-09-2019, Gaudium Press) Com a Quarta-feira de Cinzas inicia-se o tempo da Quaresma, um período de quarenta dias que precede a Páscoa.

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Um tempo no qual somos convidados à conversão.

A quarta-feira de cinzas, como a Sexta-feira Santa, é dedicada ao jejum e abstinência de carnes

A propósito da Quarta-feira de Cinzas, trazemos pontos publicados pelo Vatican News e que traz informações sobre esta solenidade:

Completou-se o tempo…

Depois que João foi preso, Jesus veio à Galileia, pregando o Evangelho de Deus.

Ele dizia: “Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 1-15).

Deste trecho do Evangelho de São Marcos foi extraída a fórmula que acompanha a imposição das Cinzas Sagradas na Quarta-feira de Cinzas em todo mundo e que a liturgia permite de serem impostas em todas as celebrações.

Este gesto simples do início deste tempo litúrgico reforça ideia do aspecto penitencial e reforça a necessidade de viver um tempo de conversão, de oração assídua e de regresso ao Pai Celeste pela reconciliação.

A origem desta celebração

Segundo a antiga praxe, o sacramento da penitência era público e constituía de fato o rito que dava início ao caminho de penitência dos fiéis que seriam absolvidos na celebração da manhã da Quinta-feira Santa.

Aos poucos a imposição das cinzas obtidas pela queima dos ramos de oliveiras benzidas no Domingo de Ramos do ano anterior passaram a ser utilizadas e seu uso estendeu-se a todos os fiéis e foi colocado dentro da celebração da Missa, no final da homilia.

Também a fórmula que acompanha a imposição das cinzas, com o tempo, foi mudada: no início era “recorda-te que és pó e em pó te hás de tornar!”. Um trecho extraído do livro do Gênesis.

Ainda hoje o rito Católico Ambrosiano, diferentemente do rito Romano, não consta a imposição das Cinzas e a Quaresma neste rito inicia-se no domingo seguinte.

Cinzas nos textos bíblicos

As cinzas sagradas que são colocadas na fronte dos fiéis estão presentes no texto bíblico várias vezes e têm um duplo significado.

Antes de tudo indica a frágil condição do homem diante do Senhor, como evidencia Abraão que fala a Deus no Gênesis: “Abraão prosseguiu e disse: ‘Sou bem atrevido em falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinza'” (Gên 18, 27).

Jó também sublinha o profundo limite da própria existência: “Arremessam-me ao lodo e eu me confundo com a poeira e a cinza” (Jó 30, 19).

Assim como outros exemplos do Livro da Sabedoria e do Eclesiástico:
“De repente nascemos, e logo passaremos, como quem não existiu.

Fumaça é a respiração em nossas narinas e o pensamento, uma centelha ao pulsar do coração: quando ela se apaga, nosso corpo se tornará cinza e o espírito se dispersará como o ar inconsistente. (Sab 2, 2-3);

“Por que se ensoberbece quem é terra e cinza, aquele que ainda em vida expele as próprias entranhas? (Eclo 10,9).

Arrependimento e Renovação

Também, as cinzas são um sinal concreto de quem se arrependeu e com o coração renovado retoma o próprio caminho para o Senhor, como se lê no Livro de Jonas no qual o rei de Nínive, ao receber a notícia da conversão do seu povo, senta-se sobre as cinzas, e no de Judite no qual os habitantes de Jerusalém que querem rezar a Deus para que os liberte, espalham em suas frontes as cinzas sagradas. (JSG)

 

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