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Quaresma: Bispo português escreve carta pastoral sobre o “sofrimento”

Aveiro – Portugal (Quinta-feira, 14-03-2019, Gaudium Press) “Diante do sofrimento de tanta gente exaurida pela miséria, pela violência e pelas injustiças, não podemos permanecer indiferentes. É determinante para a Igreja e para a credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe a compaixão”, são palavras de Dom Antônio Moiteiro, Bispo de Aveiro em sua recente carta pastoral “O sentido cristão do sofrimento humano”, dada a conhecer à imprensa.

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O bispo de Aveiro diz em sua Carta Pastoral que a Igreja sente o dever de estar próxima de todos os que sofrem e “não pode ficar indiferente nem ausente” da vida destas pessoas, apelando à solidariedade das comunidades católicas.

Ele afirma ainda que em tempos difíceis, “de fortes contradições e grandes esperanças”, “urge” apreender um novo impulso de humanidade, para não permitir que “a mentira, a hipocrisia, a corrupção, a avidez do poder, a barbárie e a indiferença prevaleçam” neste mundo.

Uma missão nobre: Cuidar dos enfermos

“Perante o sofrimento, a Igreja responde em conformidade com o Evangelho. Sentimo-nos envolvidos como destinatários e como participantes”, lê-se no quarto e último capítulo intitulado “a Igreja responde ao sofrimento com a alegria do Evangelho”

O Bispo de Aveiro sublinha que “cuidar dos enfermos”, visitando-os e apoiando-os nos problemas concretos “é uma das missões nobres da ação pastoral das comunidades”.

Para ele, um dos problemas que se “deve interpelar” as comunidades é o das pessoas que “pela idade ou doença vivem sozinhas em casa”.

Na condição de criatura, o homem busca ser feliz

A carta pastoral de Dom Moiteiro explica que na condição de criatura, “que traz em si algo do Criador”, o homem busca ser feliz, mas “a felicidade, por vezes, escapa-lhe” e essa “contradição” de “criado para a felicidade e condenado ao sofrimento” suscita questões e respostas inquietantes.

As pessoas são confrontadas com questões que “atingem em todas as dimensões da vida humana” e a dor e o sofrimento fazem parte destas perguntas: “Porquê o sofrimento? Que sentido têm o sofrimento e a dor que acompanham a vida do ser humano? Qual a posição de Deus face ao sofrimento humano?”.

Questiona-se a Deus… perde-se a Fé

O Prelado português adverte que quando não se consegue ver sentido para o sofrimento “questiona-se Deus, e muitas vezes desanima-se e abandona-se a fé”.

“Se Deus fosse compreendido como um justiceiro maléfico que castiga, para as suas criaturas, seria mais fácil entender o sofrimento:
Seria consequência do castigo e da ira de Deus. Não pode, efetivamente, ser um castigo de Deus, porque Deus é amor”, afirma, mostrando em seguida que o homem não coloca a culpa no mundo que é onde nasce e de onde provém “muitas vezes o sofrimento”.

Dor Física e Dor Espiritual

Dom Antônio Moiteiro salienta que se a dor física “custa a suportar”, o sofrimento espiritual não é “menos atroz” e “há lamentações que ninguém ouve” como as de “pais que perdem um filho, pessoas surpreendidas por uma doença incurável, idosos na solidão, jovens que não conseguem emprego, famílias que foram obrigadas a deixar as suas casas, pessoas que sobrevivem apenas com o salário mínimo”.

O Sofrimento nas Sagradas Escrituras

“Não te deixes vencer pelo mal (sofrimento), mas vence o mal com o bem (Jesus ressuscitado) “, diz São Paulo aos Romanos (12, 21).
Esta citação das Sagradas Escrituras deu base e estímulo para o surgimento da carta pastoral “O sentido Cristão do sofrimento humano”.

O bispo de Aveiro trata ainda do “sofrimento na sagrada escritura”; fala da “novidade de Jesus no contexto da dor e sofrimento” e comenta “os cristãos perante o sofrimento”. (JSG)

 

 

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