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“Confessar-se para sentir-se amados por Deus”, diz regente da Penitenciaria Apostólica

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 05-04-2019, Gaudium Press) No encerramento do “30º Curso sobre o Foro Interno”, organizado pela Penitenciaria Apostólica, concluído recentemente no Palácio da Chancelaria, no Vaticano, houve uma celebração penitencial presidida pelo Papa Francisco na Basílica Vaticana, que foi precedida por uma Audiência do Santo Padre propiciada aos participantes do Encontro.

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A propósito do Curso e de seus objetivos, Dom Krzysztof Josef Nykiel, regente do Dicastério, afirmou:
“Queremos ajudar os padres a serem bons dispensadores de misericórdia”.

Entrevista

Em entrevista ao “Vatican News”, Dom Krzysztof comentou inicialmente qual seria o significado do “30º Curso sobre o Foro Interno”:

-“O curso sobre o foro interno exprime o empenho profético da Penitenciaria Apostólica na formação de novos sacerdotes e dos seminaristas próximos à ordenação.

Hoje mais do que nunca, de fato, aos ministros da misericórdia é pedido um adequado e atualizado preparo teológico, espiritual, pastoral e jurídico. Com esta iniciativa, queremos ajudar os sacerdotes a serem “bons dispensadores” de misericórdia, ótimos pedagogos que conduzam a Cristo!”

Tópicos Abordados

Quando interrogado sobre os tópicos abordados no 30º Curso sobre o Foro Interno, o regente do Dicastério da Penitenciaria Apostólica detalhou:

“No curso foi privilegiada uma abordagem “concreta”, voltada à correta administração da Reconciliação e à solução de casos particularmente delicados que, no Sacramento, o confessor pode se deparar.

São ilustradas além disso, todas as informações necessárias para redigir e enviar as perguntas ou recursos à Penitenciaria Apostólica, para as matérias de sua competência.

Mas as lições não querem comunicar simplesmente noções de teologia e direito, mas antes de tudo fornecer aos confessores orientações válidas para acompanhar concretamente os fiéis com disponibilidade, solicitude e ternura paterna ao encontro com a misericórdia de Deus.

Seria maravilhoso se cada confissão fosse plenamente vivida como “uma graça extraordinária, um milagre permanente da ternura divina”, como o Papa recordou recentemente em seu encontro com o Clero de Roma.

Abrir-se à experiência do amor de Deus

Existe desafio pastoral que os confessores devam enfrentar hoje? A esta pergunta do Vatican News, a resposta de Dom Krzysztof foi de que existe um desafio sim. Mas sua resposta foi objetiva e desejosa de mostrar o que, de fato, anseia a Penitenciaria:

-“O grande desafio, hoje, é ajudar as pessoas a se abrirem à experiência do amor de Deus!
Vivemos em um contexto que se tenta desfazer de Deus, em que o homem o percebe como antagonista de sua felicidade e, portanto, tenta se livrar dele, com a ilusão de ser capaz de fazê-lo, mesmo sem sua ajuda.

Mas Deus não é o concorrente do homem, mas seu maior apoiador!

E isso é experimentado toda vez que nos aproximamos do Sacramento da Reconciliação, quando cada um de nós sente ser amado incondicionalmente por Deus.”

Sacramento da Penitência e Santidade

A última pergunta bem que poderia ser colocada na lista daquelas que São Tomás chama de ‘última na ação e primeira na intenção’:
Falemos sobre o papel do Sacramento da Penitência no caminho da santidade…

A este pedido, Dom Krzysztof Josef Nykiel, da Penitenciaria Apostólica, afirmou:

-“Com a Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, o Santo Padre recorda a todos os fiéis que a santidade é a nossa verdadeira meta.

Lendo atentamente o texto, descobre-se que o Sacramento da Penitência é um instrumento muito válido para sustentar o caminho dos crentes para a santidade.

A confissão pode se tornar uma ajuda para nos levantar toda vez que caímos; o antídoto contra os venenos do neo-gnosticismo e do neo-pelagianismo; uma ferramenta para aumentar a humildade e, ao mesmo tempo, um canal de alegria para aquele filho que experimenta o abraço de ternura do Pai; pode ser também um lugar de verdade, que alimenta a memória agradecida pela própria história e do discernimento cotidiano.

Redescobrimos, portanto, a confiança na misericórdia de Deus, aproximando-nos com frequência do Sacramento da Reconciliação, onde qualquer um que reconheça as suas culpas com um coração arrependido, pode experimentar a ternura do amor do Pai.

Além disso, desejo recordar que a confissão sacramental é o caminho da santificação não somente para o penitente, mas também para o confessor, que tem a graça de contemplar diariamente os milagres das conversões que Deus realiza.” (JSG)

 

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