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Há 100 anos nascia a Beata Albertina Berkenbrock

Tubarão (SC) – (Quinta-feira, 11-04-2019, Gaudium Press) A Beata Albertina Berkenbrock – conhecida pelo povo da Diocese de Tubarão como “a nossa Albertina” – faria 100 anos hoje, se estivesse viva.

Há 100 anos nascia a Beata Albertina Berkenbrock-Foto Diocese Itabira.png

A mártir brasileira da pureza nasceu no dia 11 de abril de 1919 na comunidade de São Luís, paróquia São Sebastião de Vargem do Cedro, município de Imaruí, Estado de Santa Catarina.

Ela era filha de um casal de agricultores, Henrique e Josefina Berkenbrock, teve mais 8 irmãos e irmãs.
A peque na Albertina foi batizada no dia 25 de maio de 1919, crismada em 9 de março de 1925 e fez a primeira comunhão no dia 16 de agosto de 1928.

Martírio

Aos 12 anos de idade, no dia 15 de junho de 1931, Albertina foi assassinada porque quis preservar a sua pureza espiritual e corporal, por causa da fé e da fidelidade a Deus. E ela o fez com heroísmo: preferiu antes morrer antes que pecar.

A notícia do martírio e a consequente fama de sua santidade espalharam-se rapidamente e ninguém duvidava de suas virtudes que sempre foram vividas por ela de modo claro e convincente, apesar dos poucos anos de existência.

Foi uma menina de grande sensibilidade para com Deus e com as coisas de Deus, para com o próximo e com as coisas do próximo.

Seus pais e familiares souberam educar Albertina na fé, no amor e na esperança, as virtudes teologais da religião cristã. Eles transmitiram-lhe, pela vida e pelo ensinamento, todas as verdades reveladas na Sagrada Escritura.

E Albertina correspondeu a tudo com grande generosidade de alma:
Buscar em Deus inspiração e força para viver, tornou-se algo espontâneo. Rezava com alegria, sozinha ou em família ou em sua pequena comunidade. Participava ativamente da vida religiosa de sua paróquia em todos os seus aspectos.

“Foi o dia mais belo de minha vida!”

Quando chegou o tempo da catequese preparatória para os sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia, Albertina chamou a atenção pela forma como se preparou: diligência e grandeza de coração.

A “primeira confissão” tornou-se como que uma porta aberta para confessar-se com frequência.

A “primeira comunhão” foi para ela um fato extraordinário, uma experiência única de mística ordinária que a levou a afirmar:

– “Foi o dia mais belo de minha vida!”.

A partir de seu ‘dia mais feliz’, não deixou mais de participar da Eucaristia, tornando esse sacramento “fonte e cume de sua vida cristã”.
Gostava de, no seu modo simples de expressar-se, de falar do mistério eucarístico como sendo uma experiência do amor de Deus.

Nossa Senhora

Como todo predestinado, Albertina também cultivou uma devoção muito filial a Nossa Senhora.

Ela venerava com um verdadeiro carinho, mais amoroso que erudito, a Virgem das Virgens, tanto no interior de sua casa, no ambiente da família, como entre os irmãos na Fé, na igreja da comunidade.

Participando com intensidade da oração do rosário, recitando com seus familiares, recomendava seguidamente a Nossa Senhora a sua alma e a sua salvação eterna.

São Luís de Gonzaga

Albertina cultivou dentro de si uma coincidência providencial: ela era muito devota de São Luís de Gonzaga, o santo que dava nome e era padroeiro de sua pequena cidade.

Coincidência providencial que a levou a deixar crescer uma grande afinidade com o também jovem santo que a Igreja apresenta como modelo de pureza.

Sem dúvida, uma afinidade que preparou e deu-lhe forças espirituais para o dia em que deveria defender com sua vida a virtude angélica que ambos praticavam e amavam.

Formação na família

A formação cristã, vivida e ensinada pela família, levou Albertina a praticar também outras virtudes cristãs: a bondade, a acolhida, a meiguice, a docilidade, o serviço ao próximo por amor a Deus.

Sua obediência era notável; foi exemplarmente incansável nas atividades de trabalho e estudo; teve espírito de sacrifício; soube ter paciência, confiança e coragem.

Tanto na vida de família quanto na comunidade, suas atitudes levavam a todos o perfume das virtudes; o exemplo que arrastava para o bem; a paciência que a tornou muito admirada ao não revidar os ataques de menosprezo dirigidos a ela.

Virtudes Humanas

Os relatos sobre a vida da ainda menina Albertina fazem desfilar um verdadeiro conjunto de virtudes humanas cristãs:
“(…) ajudava os pais nos trabalhos da casa e da roça;
”(…) foi dócil, obediente, incansável, sacrificada, paciente;
“(…) mesmo quando os irmãos a mortificavam, às vezes até lhe batiam, ela sofria em silêncio, unindo-se aos sofrimentos de Jesus que amava sinceramente”;
“(…) gozava de grande estima na escolinha local, particularmente por parte do professor, que a elogiava por suas condições espirituais e morais superiores à sua idade, que a distinguiam entre os colegas de escola”;
“(…) ela se aplicou ao estudo”;
“(…) jamais faltou à modéstia”;
“(…) foi uma menina boa, estimada por colegas e adultos”;
“(…) às vezes, alguns meninos punham à prova a sua mansidão, modéstia, timidez e repugnância por certas faltas (…) Albertina então se calava (…) nunca se revoltou, menos ainda nunca se vingou, mesmo quando lhe batiam”;
“(…) era uma pessoa cândida, simples, sem fingimentos”;
“(…) sabia destacar sua beleza feminina vestindo-se com simplicidade e modéstia”.

Formação e virtudes católicas

Além dessas virtudes humanas, a formação cristã também modelou em Albertina as virtudes cristãs essenciais na medida em que as podia entender e, por isso mesmo, transpirando fé, amor e esperança no dia-a-dia;

– captando, de modo extraordinário, as verdades reveladas na Sagrada Escritura;
– tendo uma inclinação forte para as coisas de Deus e da religião;
– vivenciando com grandeza o mandamento do amor a Deus e ao próximo;
– santificando-se pela prática dos sacramentos recebidos do Batismo, da Reconciliação, da Eucaristia e da Crisma.

Dia-a-dia virtuoso

Essas virtudes cristãs foram visíveis no dia-a-dia de sua vida familiar e comunitária.

Inúmeros relatos demonstram isso, como por exemplo:
– “(…) falava muitas vezes da Eucaristia e dizia que o dia de sua “primeira comunhão” fora o mais belo de sua vida”;
– “(…) recomendava a Maria sua alma e sua salvação eterna”;
– “(…) seus divertimentos refletiam seu apego à vida cristã
– “(…) gostava de fazer cruzinhas de madeira, colocava-a em pequenas sepulturas, adornava-as com flores”;
– “(…) mesmo quando os irmãos a mortificavam, às vezes até lhe batiam
– “(…) ela sofria em silêncio, unindo-se aos sofrimentos de Jesus que amava sinceramente”;
– “(…) o seu professor a elogiava por suas condições espirituais e morais superiores à sua idade que a distinguiam entre os colegas de escola”;
– “(…) aprendeu bem o catecismo, conheceu os mandamentos de Deus e seu significado”;
– “(…) se pensarmos na maneira como sacrificou sua vida, conforme declarou seu professor-catequista, ela tinha compreendido o sentido do sexto mandamento no que tange ao valor da castidade, da pureza espiritual e corporal”;
– “(…) sua caridade era grande (…) gostava de acompanhar as meninas mais pobres, de jogar com elas e dividir o pão que trazia de casa para comer no intervalo das aulas”;
– “(…) teve especial caridade com os filhos do seu assassino, que trabalhava na casa da família (…) muitas vezes Albertina deu de comer a ele e aos filhos pequenos, com os quais se e6ntretinha alegremente, acariciando-os e carregando-os ao colo (…) isso é tanto mais digno de nota quanto Indalício era negro, sabendo-se que nas regiões de colonização europeia uma dose de racismo sempre esteve presente”.

Correspondeu a Vocação de Santidade

Albertina foi uma pessoa impregnada da Trindade Santa, correspondeu à vocação de santidade que recebeu no dia do batismo. Foi uma gigante de fé, de amor e de esperança. Viveu os valores do Evangelho de modo admirável.

Por todo o exposto, não há razão para estranhar a coragem e a fortaleza cristã manifestadas por Albertina no momento de seu martírio, a fim de defender a vida plena e a dignidade da mulher.

Por tudo isso também a Diocese de Tubarão e a Igreja do Brasil podem orgulhar-se em apresentar uma jovem como modelo de santidade para a juventude dos tempos de hoje e de sempre: Bem-Aventurada Albertina. (JSG)

 

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