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A importância de reconstruir a cultura cristã que concebeu a Catedral de Notre-Dame

França – Paris (Terça-feira, 16-04-2019, Gaudium Press) A notícia da destruição parcial da Catedral de Notre Dame de Paris e as impactantes imagens do fogo que a consumiu suscitaram uma onda de anúncios oficiais do compromisso de reconstrução e de apoio de diversos setores da sociedade e da comunidade internacional. Mas além da recuperação material de um dos mais emblemáticos templos do Ocidente, os católicos estão convidando para que se trabalhe a consciência para restaurar a cultura católica que fez possível a magnífica obra.

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“A Catedral de Notre Dame de Paris foi construída com pedra, madeira e cristal, sem eletricidade ou computadores”, recordou o redator Chad Pecknold para o ‘Catholic Herald’. “Não foi construída por comitê, consultores ou de acordo com regulamentos estatais. Foi construída por uma cultura superior à nossa. E o sabemos”. Para o autor, a imagem do incêndio da Catedral é muito impactante pois corresponde a um mundo que “tem consumido uma herança cristã por séculos, consumindo a riqueza cultural da Fé até uma decadência rompante”.

O projeto de reconstrução é um ideal nobre e desejável, mas “o maior tesouro não é a Catedral, mas a Fé que a edificou: é a Fé que constrói a Catedral, e a que nos faz contemplar e adorar a Deus”, indicou Pecknold. Uma opinião similar foi exposta por Sam Guzman, da plataforma ‘Catholic Gentleman’: “Somos os herdeiros de tanta beleza, tanta verdade, tanta Fé. E o que temos feito?”, questionou. “Temos gastado mal, temos rejeitado e, coletivamente agitamos nosso punho diante do rosto de Deus, através de uma revolução sangrenta e ainda mais sutilmente através da apatia”.

“No lugar de colocar nossos olhos no céu, como os grandes arcos góticos e rosáceas que nos convidaram a fazer, tentamos arrastar Deus até nós, para que o façamos à nossa própria imagem. Queríamos que Ele se acomodasse a nossos caprichos, nossos apetites, nossos pecados”, lamentou o redator. “Assolada por horrendos abusos, mundanidade e compromissos, a Igreja no Ocidente, apesar de nossa aparência de respeitabilidade, está muito em chamas”.

Guzmán fez também um chamado a reconstruir “um mundo que já não existe” no qual a Fé iluminava cada aspecto da vida. “Se aprendemos algo desta grande tragédia (e devemos fazê-lo), é que devemos retornar a Deus. Devemos nos arrepender de nossa tibieza, e, da mesma forma que a Catedral foi o centro de cada povo medieval, devemos fazer novamente a Cristo Rei o centro de nossas vidas”, concluiu. “Choremos pela perda desta magnífica igreja, mas inclusive choremos mais por nossos pecados, e voltando-nos ao Senhor na beleza do arrependimento, construamos uma Catedral para Ele em nossos corações”. (EPC)

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