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Iraque: celebrada Missa de Páscoa em Mosul

Mosul – Iraque (Segunda-feira, 22-04-2019, Gaudium Press) As palavras proferidas pelo arcebispo de Mosul – Akra, o dominicano Michaeel Najeeb Moussa, que desde janeiro deste ano está à frente da Diocese, resumem o anúncio da Páscoa dito em Mosul, capital da Província de Nínive, no Iraque:

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“Não tenham medo, tenham coragem de ser cristãos. A nossa missão é testemunhar Cristo. Esta é a mensagem que queremos transmitir (…) a toda a população iraquiana”.

O arcebispo viveu o tempo do medo…

Em junho de 2014, Mosul e grande parte da Província de Nínive foi conquistada pelas milícias jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico (Isis).

As bandeiras pretas do Daesh chegaram até o coração de Mosul, e da mesquita Al Nuri, Abu Bakr al-Baghdadi, havia proclamado o Califado. Era 29 de junho de 2014.

Logo depois veio a conquista dos povoados cristãos da Planície de Nínive, a expulsão e a violenta perseguição de seus habitantes.
Entre as dezenas de milhares de cristãos em fuga, estava Dom Najeeb Moussa, natural de Mosul.

Passados cinco anos, o dominicano volta a Mosul para celebrar a Páscoa como arcebispo caldeu.

As igrejas, usadas como prisões pelo Califado, voltam lentamente a abrir suas portas.

Profanadas, destruídas, queimadas, tudo está para ser reconstruído.

Na Igreja de São Paulo onde “repousam os restos mortais de nosso bispo mártir Dom Paulos Faraj Rahho, sequestrado e morto por jihadistas em 2008, em Mosul. Esta Igreja é o único local de culto que, de alguma forma, recuperamos e onde é possível celebrar a Missa”.

“Aqui celebramos a Páscoa, como testemunho de como a luz vence as trevas da nossa realidade cotidiana”.

…vive o tempo da coragem

Reza o arcebispo:

“Que seja uma Páscoa de Ressurreição e de renascimento”.

Ele espera que “o povo de Mosul e todos os fiéis da Planície de Nínive coloquem-se novamente em caminho para começar uma nova vida. Celebrar aqui esta primeira Páscoa é significativo.

A situação continua difícil: a maior parte dos fiéis ainda não voltou para suas casas e terras”. Menos da metade das famílias retornaram à Planície de Nínive.

“Em Mosul, a situação é ainda mais delicada e não totalmente segura, devido à presença de terroristas do Daesh. Muitas famílias cristãs desejam voltar a Mosul mas, no momento, apenas cerca de quinze retornaram. Minha Páscoa é com eles”.

Número e qualidade de Fé

Dom Najeeb Moussa destaca: “É o sinal do renascimento, retomamos o caminho com este pequeno rebanho.

O que conta não é o número, mas a qualidade da fé. O importante é viver a nossa fé com firmeza, o que nunca abandonamos, apesar da violência, da perseguição e das injustiças cometidas pelo Daesh.”

“Tudo isso não nos impediu de viver a fé hoje, mais forte do que aquela de outros tempos. Na adversidade, ela se fortaleceu”, afirmou o arcebispo.

A ressurreição de Jesus nos motiva a não ter medo

“A ressurreição de Jesus nos motiva a não ter medo, mostrar a coragem de ser testemunhas de Cristo.

Esta é a missão que nos espera e a mensagem a ser transmitida a todos os nossos irmãos iraquianos.

A eles dizemos que os cristãos são homens e mulheres de alegria, de esperança, de caridade.

A alegria que o Senhor nos deu, morrendo e ressuscitando por nós, não devemos perdê-la”.

(JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações SIR)

 

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