Gaudium news > Cruzes Floridas de Cerzedelo: festa da família, da comunidade, marca tempo pascal

Cruzes Floridas de Cerzedelo: festa da família, da comunidade, marca tempo pascal

Guimarães – Portugal (Quinta-feira, 25-04-2019, Gaudium Press) A Paróquia de Santa Cristina de Cerzedelo, em Guimarães, na Arquidiocese de Braga, volta a viver a festa das ‘Cruzes Floridas’.

Cruzes Floridas de Cerzedelo Foto Ecclesia.jpg

Conceição Silva, uma paroquiana ativa, informou à ECCLESIA que trata-se de uma festa “que acontece em tempo pascal com todos os traços de uma festa familiar. A cruz está povoada de gente, desde o sábado que é o tempo da ornamentação, depois o domingo de manhã com a procissão eucarística e a tarde com a celebração da Via Lucis e a bênção das famílias”.

Conceição, que é uma fiel leiga catequista e que colabora com os jovens e acólitos, moradora na Paróquia de Santa Cristina de Cerzedelo, explica que todas as cruzes são de madeira, têm dois metros de altura. “Não há duas cruzes iguais”. Elas “são ornamentadas pétala a pétala”, que são tiradas de flores e espetadas na cruz, ou com “flores em miniatura” e deverão ser vistas nos dias 4 e 5 de maio.

Cada uma das 16 cruzes -continua explicando Conceição Silva- tem um conjunto de cuidadoras ou mordomas, que são entre 8 a 10 mulheres, e “a tradição” é que ofereçam as flores, algo que “continua a manter-se” ainda hoje mas que as famílias também fazem “sempre por ter algumas em casa”.

“A tradição é mesmo o trabalho feminino, esta particularidade da nossa sensibilidade de mãe, da mulher traz um toque especial”, salienta Conceição Silva, adiantando que uma ou outra família está “introduzindo o elemento masculino, sem problema, que não quebra nada” da tradição.

O Dia da Festa

Neste ano, o sábado da festa das Cruzes Floridas de Cerzedelo será dia 4 de maio que é dedicado ao “asseio das cruzes”, à ornamentação na casa das famílias.

Na madrugada para domingo constroem tapetes de flores e de serragem tingido, com “cerca de sete quilómetros”, para de manhã passar a procissão eucarística que vai ao encontro dos doentes.

A tarde de domingo é a ‘Via Lucis’, um percurso pelas 16 cruzes familiares, desde o largo da igreja até à capela do Senhor do Calvário, que este ano vai ser presidida pelo padre Joaquim Domingos.

Cruzes Floridas de Cerzedelo2fotoECCLESIA.jpg

O ressuscitado não ficou na Cruz

Padre Joaquim Domingos, que é missionário do Verbo Divino diz que “O símbolo da festa é a alegria da ressurreição do Senhor”.

Explica ele que a cruz florida é o símbolo que o ressuscitado não ficou na cruz, está vivo, é a alegria pascal que queremos transmitir fazendo uma leitura das aparições do ressuscitado nos vários relatos dos Evangelhos e como transformou a vida dessas pessoas, como hoje podemos fazer a experiência de Cristo ressuscitado, vivo, presente, atuante na Igreja, e na vida de cada um de nós”.

O sacerdote sublinha que “um dos aspetos importantes” desse evento religioso é “transmitir o núcleo central da fé”, “que o Cristo está vivo” e que, como diz o Papa, está presente, “apesar das dificuldades do dia-a-dia, apesar de um certo pessimismo que vemos na sociedade e também na Igreja”.

Para o padre Joaquim Domingos esta festa traz a transmissão da fé “não tanto por conteúdos, mas fazendo” no ambiente de preparação das cruzes onde “todos da família estão envolvidos e os vizinhos ajudam”.

Os desafios para Conceição

Conceição Silva ainda explica que as Cruzes trazem “um trabalho constante” envolve os jovens nas festas das Cruzes Floridas, num desafio que “se torna maior à medida que os anos passam”.

A família de Conceição tem uma das 16 cruzes desde 1975, “uma herança familiar” que continua na casa materna, por isso, no dia da festa vão estar todos juntos.

O Sentido da Cruz

A cruz tem o sentido que somos uma família cristã. Uma herança dos nossos pais, dos valores, da educação, de nos encontrarmos à volta da mesma mesa”, acrescentou sobre “a festa familiar em tempo pascal”.

(JSG)

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas