A Igreja necessita da arte como parte de sua missão evangelizadora

Estados Unidos – Washington (Terça-feira, 30-04-2019, Gaudium Press) A redatora norte-americana e editora associada do portal The Catholic Thing, Emily Rolwes, dedicou um artigo de opinião para destacar a importância da arte na missão evangelizadora da Igreja no dia de hoje. Esta importância não é para a autora uma simples recomendação, mas trata-se de uma necessidade, sublinhada pelo Papa São João Paulo II, cujas palavras preservam sua autoridade e foram recordadas pela editora no quinto aniversário de sua canonização.

“Para comunicar a mensagem que lhe confiou Cristo, a Igreja necessita da arte”, indicou Rolwes, citando as palavras de São João Paulo II em sua Carta aos Artistas. “A arte deve fazer perceptível, e tanto quanto seja possível atrativo, o mundo do espírito, do invisível, de Deus. Deve portanto traduzir em termos significativos o que é de seu inefável”. Para o Pontífice, a arte oferece possibilidades de comunicar formas, cores e sons que motivam e nutrem a intuição daqueles que o admiram, de forma que podem transmitir uma mensagem “sem esvaziar o seu valor transcendente e sua aura de mistério”.

Esta capacidade é notável para o trabalho evangelizador e seu uso imita o que o próprio Jesus Cristo aplicou em sua comunicação da Boa Notícia: “Cristo mesmo fez um uso extensivo das imagens em sua pregação, mantendo plenamente sua vontade de fazer-se, na Encarnação, a imagem do Deus invisível”, comentou o Papa polonês.

“A Igreja também necessita músicos”, acrescentou o Santo Padre. “Quantas obras de arte sacra foram compostas através dos séculos por pessoas profundamente imbuídas com o sentido do mistério! A Fé de incontáveis fiéis tem sido alimentada com melodias que fluem dos corações de outros fiéis, sejam introduzidos na Liturgia ou usados como ajuda do culto digno”. A música permite expressar a Fé de uma maneira vibrante e alegre e alimentar a esperança dos fiéis na ação de Deus.

Mas as obras de arte sacra não se limitam ao canto e a imagem. “A Igreja necessita arquitetos, porque necessita de espaços para reunir ao povo cristão e celebrar os mistérios da salvação”, indicou. O Pontífice recordou como, depois da Segunda Guerra Mundial, uma geração de arquitetos foi requerida para reparar os graves danos aos templos causados no conflito. Estes profissionais demonstraram sua capacidade de inspirar-se na religião e desenvolveram projetos que foram obras de arte e lugares de oração. (EPC)