Beata Conchita: viver no mundo e não ser do mundo
Cidade do México – México (Terça-feira, 07-05-2019, Gaudium Press) Na Cidade do México, no último sábado, 04/05, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Giovanni Angelo Becciu, presidiu o rito de beatificação de Maria Conceição Cabrera, conhecida como Conchita.
Pronunciando sua homilia durante a celebração, o cardeal falou da segunda leitura de São Paulo (Ef 3, 17-19) que exorta os cristãos de Éfeso a abrirem generosamente o coração ao amor de Cristo, único capaz de dar um sentido de plenitude para toda nossa vida.
De acordo com o Cardeal Prefeito, Conchita “acolheu plenamente este convite”:
“Desde jovem escolheu Deus como Amor absoluto que significa abraçar a sua vontade: ser esposa e mãe!”, disse Dom Becciu.
Segundo o cardeal, “Como para Maria, a mãe de Jesus, também para Conchita a felicidade consistia em seguir não suas próprias inspirações, mesmo as santas, mas conformar-se ao projeto que Deus tinha para ela”
Viver neste mundo e não ser deste mundo
“A inspiração ininterrupta da sua existência foi viver ‘neste’ mundo e não ‘deste’ mundo. Enraizada no amor de Cristo que supera todo o conhecimento”, disse o Cardeal a propósito da nova Beata. Maria Conceição Cabrera, comentando mais:
“Do seu amor a Deus nascia a aflição contínua de amar o próximo, espalhando por onde andasse o amor de Cristo”.
Inspirou a criação de cinco Institutos
O Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos destacou pontos da vida da Beata Conchita. Para ele, uma história rica e coberta de espiritualidade:
“A Beata Conchita, -único caso na história das fundações religiosas-, inspirou a criação de cinco Institutos definidos como as “Obras da Cruz”: duas congregações religiosas e três obras apostólicas, sem ocupar qualquer cargo em nenhuma delas.
São eles: Apostolado da Cruz, as Religiosas da Cruz do Sagrado Coração de Jesus, a Aliança do Amor com o Sagrado Coração de Jesus, a Liga Apostólica, os Missionários do Espírito Santo e a Cruzada das almas vítimas”.
Sacerdotes e Santidade, uma necessidade atual
“A sua maior preocupação, que chegava a ser sua ‘obsessão’ era a santidade dos sacerdotes pelos quais rezou e sacrificou-se a si mesma”, afirmou o Cardeal Becciu.
“Quanto é necessária e atual esta missão! “, exclamou o Purpurado ao recordar escândalos recentes protagonizados por bispos, sacerdotes e religiosos.
Por isso, disse Becciu, “a nova Beata nos ensina o comportamento correto: sustentar com a proximidade espiritual e com a oração os que vivem diariamente a própria vocação com fidelidade e abnegação. Trata-se da grande maioria das pessoas consagradas que oferecem um límpido testemunho de fé e de amor”.
Quem foi a Beata Conchita
Concluindo suas palavras durante a homilia, Dom Ângelo recordou a ternura, a simplicidade e a afetuosidade que caracterizavam esta Beata, apaixonada pela Eucaristia, que foi mãe de nove filhos.
“Mamãe sorria sempre, testemunham seus filhos. Marcada pelo amor e à vontade de Deus, era aberta com alma serena a tudo o que o recebia do Senhor na alegria e na dor.
Era uma mulher com uma grande personalidade, mulher de oração e de zelo apostólico e que encontrava em si mesma a força moral para se impor como líder no campo social e no ambiente eclesial.
Ela soube realizar uma magnífica síntese de contemplação e de ação:
as figuras evangélicas de Marta e Maria encontram-se unidas e sincronizadas na existência da nova Beata”.
Modelo de mulher católica
Concluindo suas palavras o Cardeal afirmou que “Hoje ela se apresenta a nós, especialmente às mulheres, como um modelo de vida apostólica:
reza e age, tem o pensamento fixo no céu e os olhos dirigidos à terra; adora e exalta a grandeza de Deus e se dedica às misérias e às necessidades dos homens”.
Beata Maria Conceição Cabrera (Conchita), rogai por nóa! (JSG)
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