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Respeitem a vida “até à morte natural”, diz Papa a médicos

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 20-05-2019, Gaudium Press) Respeitem a vida “até a morte natural”.

Este foi o apelo do Papa Francisco aos médicos no dia em que foi interrompida a alimentação e hidratação artificial a Vincent Lambert, um francês de 42 anos que, há dez anos, se encontra em estado vegetativo.

Respeitem a vida ?até à morte natural?, diz Papa a médicos-Foto Arquivo Gaudium Press.jpg

O Papa escreveu em sua conta no Twitter:
“Rezemos por aqueles que vivem em estado de grave doença.
Protejamos sempre a vida, dom de Deus, desde o início até à morte natural. Não cedamos à cultura do descarte”.

Não ceder à cultura de descarte

Em 2018 o Papa Francisco já havia tratado publicamente sobre o caso de Vincent Lambert. Na ocasião Francisco manifestou a oposição sempre tomada pela Igreja Católica a qualquer tentativa de introdução da eutanásia em França.

Vincent Lambert

Vincent Lambert foi hospitalizado em Reims em 2008 e o procedimento para interromper a alimentação e a hidratação dele foi decidido após um processo judicial que contrapôs o hospital público universitário aos pais do doente tetraplégico.
Em seu intento de tirar a vida de Lambert, o Hospital é apoiado pela esposa de Lambert e vários outros familiares.

Na história de Lambert, essa já é a quarta vez em seis anos que o protocolo de fim de vida é iniciado, sendo posteriormente interrompido por recursos judiciais.

Arcebispo de Reims

O arcebispo de Reims, Dom Éric de Moulins-Beaufort, e seu bispo auxiliar Dom Bruno Feillet, assinaram uma declaração sobre o caso, em que apelam à sociedade francesa para que não embarque no “caminho da eutanásia”.

Em abril de 2018, o Papa pedia apoio às famílias de Vincent Lambert e do pequeno Alfie Evans, já falecido.

“Gostaria de repetir e confirmar, com força, que o único dono da vida, do início ao fim natural é Deus”, disse, durante uma audiência pública na Praça de São Pedro.

Rezemos para que cada doente seja sempre respeitado na sua dignidade e cuidado de forma adequada à situação, com o contributo concordante dos familiares, dos médicos e dos outros profissionais de saúde, com grande respeito pela vida”.

Jornal Vaticano

O jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, publicou este domingo um artigo dedicado ao caso de Vincent Lambert, no qual afirma que o paciente “não está ligado a um ventilador (sua respiração é autónoma) ou submetido a um estimulo cardíaco (os batimentos cardíacos são espontâneos), nem é objeto de terapias intensivas ou subintensivas” que possam configurar uma situação clínica e ética de “encarniçamento terapêutico”.

“Desligar a hidratação e a alimentação significa desligar a corrente elétrica que permite que o nosso sistema nervoso controle o funcionamento adequado do nosso corpo e deixar de fornecer metabólitos, energia, eletrólitos e água para a fisiologia humana. É contra a vida e a dignidade da pessoa”, diz o jornal.

Dentro dessa questão, a Conferência Episcopal Portuguesa sublinhava em um documento publicado em 2016 que, para a Igreja Católica, “quer a eutanásia, quer a obstinação terapêutica desrespeitam o momento natural da morte: a primeira antecipa esse momento; a segunda prolonga-o de forma artificialmente inútil e penosa”.

(JSG)

 

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