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Santo Antônio e o fogo do Espírito Santo

Redação (Quarta-feira, 12-06-2019, Gaudium Press) Ainda há pouco foi o domingo do Espírito Santo e domingo de Pentecostes e, já agora, é a festa de Santo Antônio.

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Feliz coincidência para ouvirmos o Santo que é de Lisboa, de Pádua e do Mundo falar sobre o Espírito de Santidade, do Entendimento, da Sabedoria e de todas as virtudes.

Vamos transcrever excertos de um dos sermões de Santo Antônio de Pádua que traz até nós o ardor e leveza do orador, a sabedoria e a profundidade teológica das pregações do “Doutor Evangélico”.

Em poucas palavras, vejamos, então, o entendimento, a ciência, a piedade, a beleza e leveza dos comentários que Santo Antônio faz ao comparar o fogo material com o fogo do Espírito Santo:

-O que o fogo material faz com o ferro, faz o fogo do Espírito com o coração malvado, frio e endurecido.

Pela infusão desse fogo, a alma aparta de si toda imundície, insensibilidade e dureza, e se transforma à semelhança d’Aquele que a inflamou. Para isso é dado ao homem, para isso lhe é infundido: que, quanto lhe seja possível, a ele se configure.

Graças ao abrasamento do fogo divino, o homem torna-se totalmente incandescente, arde por inteiro e se dissolve no amor de Deus, como diz o Apóstolo: “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5).

Sete propriedades do fogo, sete dons Espírito Santo

Considera que o fogo, ao queimar as coisas altas, as diminui;

aglutina o que está dividido, como o ferro com o ferro;

clarifica as coisas obscuras;

penetra nas duras; está sempre em movimento;

dirige para cima todos os seus movimentos ou ímpetos, fugindo da terra;

e envolve em sua própria ação (de queimar) todas as coisas por ele atacadas.

Espírito Santo

Estas sete propriedades do fogo podem ser aplicadas aos sete dons do Espírito Santo:

pelo dom do temor, Ele abaixa as coisas altas, ou seja, humilha os soberbos;

pelo dom da piedade, une as coisas divididas, isto é, os corações discordantes;

pelo dom da ciência, esclarece as coisas obscuras;

pelo dom da fortaleza, penetra nos corações endurecidos;

pelo dom do conselho, está sempre em movimento, porque aquele que recebeu a inspiração não enlanguesce na ociosidade, mas se move com fervor para procurar a sua salvação e a de seu próximo, pois a graça do Espírito Santo não conhece esforços lentos e tardios;

pelo dom do entendimento, influi em todos os sentimentos, porque com sua inspiração dá ao homem a capacidade de entender – isto é, de ler dentro, ler no coração – para buscar as coisas celestes e fugir das terrenas;

pelo dom de sabedoria, transforma a mente, na qual se infunde, segundo sua própria operação, tornando-a capaz de saborear as coisas do espírito.

Diz o Eclesiástico: “Perfumei minha habitação” (24, 21).

(Excertos do Sermão 76 – Na festa de Pentecostes)

 

 

 

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