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Medo e insegurança: uma constante entre os cristãos no Sri Lanka

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 22-07-2019, Gaudium Press) No dia 21 de abril uma série de atentados terroristas atingiu o Sri Lanka e abalou o país.

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Era o dia em que os cristãos celebravam a Páscoa do Senhor e à audácia do atentado, somou-se o evidente desejo de demonstrar um ódio religioso, uma perseguição religiosa sem precedentes.

Assim que aqueles atentados terroristas foram perpetrados, atingindo sobretudo a comunidade católica, espalhou-se o medo e a insegurança.

Logo que soube da trágica notícia, o arcebispo de Colombo, cardeal Malcom Ranjith, dirigiu-se ao local dos ataques tomando conhecimento privilegiado da tragédia acontecida.

Sobre o atentado, suas consequências e efeitos, o cardeal fez comentários ao Vatican News em uma entrevista que reproduzimos em parte.

A primeira explosão

O Cardeal Malcom Ranjith recorda a primeira explosão que atingiu o Santuário de Santo Antônio cujas cenas ele testemunhou:

– Lá dentro estava tudo destruído, havia cadáveres no chão, pessoas gritando de dor. Havia pessoas pedindo ajuda para serem levadas ao hospital. E havia pessoas tentando ajudar. Uma cena terrível e dolorosa, uma cena que nos fazia recordar o sofrimento humano.

Mistérios não desvendados

Depois de três meses daqueles trágicos acontecimentos ainda pode-se constatar que eles continuam envoltos em um mistério. Sobre isso o Cardeal disse:

– É verdade, porque não foi feito um esforço sincero para realmente descobrir quem foram os responsáveis por esses ataques, que força estava por trás daqueles que se suicidaram.

De fato, ainda que o governo no início tenha tido muitas pistas que indicavam para a possibilidade de atentados, não foram tomadas medidas de prevenção suficientemente fortes. Por esse motivo, vivemos aquela situação realmente dramática.

Colocar a culpa uns nos outros

Como o próprio cardeal Malcom Ranjith afirmou, há falta de colaboração entre as forças de segurança e todos estão tentando colocar a culpa uns nos outros.

– Sim, é verdade. O governo, após a última guerra entre as forças tâmeis e o exército do Sri Lanka, havia criado um departamento de segurança que também poderia coletar informações. Mas depois da guerra, devido às pressões internacionais e muitas críticas, o novo executivo praticamente desmantelou todo o aparato militar de inteligência. E o ceticismo em relação ao trabalho da segurança caiu.

Nesta atmosfera, o sucesso de um ataque era mais provável, precisamente porque não havia os pressupostos para um melhor controle. Então o governo desmantelou esse aparato. E então, quando os alarmes foram dados, eles foram completamente esquecidos ou negligenciados.

Temor constante

Sobre o temor dos cristãos no Sri Lanka de que os ataques possam ser repetidos, disse o Cardeal:

– Há sempre um certo medo, embora nestes três meses não tenhamos tido nenhum incidente grave. Pessoas suspeitas foram encontradas em vários lugares. Por isto, nosso povo e também nós vivemos com uma sensação de insegurança e medo.
(JSG)

 

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