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No Angelus, Papa afirma: “dizer-se cristão não é o mesmo que ser cristão”

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 19-08-2019, Gaudium Press) Dizer-se cristão é bom, mas é preciso ser cristão, de fato.
Esta coerência foi pedida pelo Papa Francisco em suas palavras ditas antes da recitação da oração do Angelus, no domingo, 18/08, na Praça São Pedro.

No Angelus, Papa afirma- dizer-se cristão não é o mesmo que ser cristão-Foto Vatican News.png

A liturgia deste domingo propôs para leitura do Evangelho o capítulo 12 de São Lucas, versículos 49-53.

Não se pode adiar a opção pelo Evangelho

O Papa escolheu comentar em sua catequese o trecho de São Lucas, no qual Jesus adverte os discípulos de que chegou o momento da decisão:

“A sua vinda ao mundo, de fato, coincide com o tempo das escolhas decisivas: não se pode adiar a opção pelo Evangelho”, explicou o Papa.

Lançar fogo na terra

Para Francisco, para exemplificar melhor esse chamado da Providência, Jesus utilizou a imagem do fogo que o próprio Nosso Senhor veio trazer à terra:

“Vim lançar fogo na terra; e que mais quero, se já está aceso ?”

O Papa comenta que essas palavras têm a finalidade de ajudar os discípulos a abandonar toda atitude de preguiça, de apatia, de indiferença e de fechamento para acolher o fogo do amor de Deus:

“Jesus revela aos seus amigos, e também a nós, o seu desejo mais ardente: levar sobre a terra o fogo do amor do Pai, que acende a vida e mediante o qual o homem é salvo.”
E este fogo que Jesus acende no mundo por meio do Divino Espírito Santo, disse ainda, é sem limites.

“Incêndio benéfico”

Segundo as palavras de Francisco, isto foi o que aconteceu desde os primeiros tempos do Cristianismo:
o testemunho do Evangelho se propagou como um “incêndio benéfico, superando toda divisão entre indivíduos, categorias sociais, povos e nações”.

Aderir a este fogo significa duas coisas: adorar a Deus e a disponibilidade a servir o próximo.

A primeira quer dizer “aprender a oração da adoração, que com frequência esquecemos”, afirmou o Papa, convidando os fiéis a descobrirem a beleza desta oração.

A segunda coisa é estar disponível a servir o próximo.

“Para viver segundo o espírito do Evangelho, é preciso que, diante das sempre novas necessidades que aparecem no mundo, haja discípulos de Cristo que saibam responder com novas iniciativas de caridade.
Assim, o Evangelho se manifesta realmente como fogo que salva, que transforma o mundo a partir da mudança do coração de cada um.”

Escolhas coerentes com o Evangelho

O Papa explicou outra passagem do Evangelho de Lucas:
‘Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas antes dissensão’.

Então, Jesus veio para “separar com o fogo” o bem do mal, o justo do injusto:
“Neste sentido, Jesus veio para “dividir”, para colocar “em crise” – mas de modo saudável – a vida dos seus discípulos, desfazendo as fáceis ilusões daqueles que acreditam poder conjugar vida cristã e mundanidade, vida cristã e acordos de todo gênero, práticas religiosas e atitudes contra o próximo.”

Deixar a hipocrisia de lado

A adesão a este fogo requer deixar a hipocrisia de lado e estar dispostos a pagar o preço por escolhas coerentes com o Evangelho: “Esta é a atitude que cada um deve buscar na vida: coerência”, e pagar o preço por ela.

Antes de encerrar, Francisco pediu a Maria que “nos ajude a deixar-nos purificar o coração pelo fogo trazido por Jesus, para propagá-lo com a nossa vida, mediante escolhas firmes e corajosas”.

E concluiu seu pensamento:

“É bom dizer-se cristãos, mas é preciso antes de tudo ser cristãos nas situações concretas, testemunhando o Evangelho, que é, essencialmente, amor por Deus e pelos irmãos.”  (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações VaticanNews)

 

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