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Portugal: Bispos renovam preocupação com ideologia do gênero

Lisboa – Portugal (Terça-feira, 27-08-2019, Gaudium Press) No site da Conferência Episcopal Portuguesa, CEP pode-se ler um documento publicado em 2013 e que agora é republicado no mesmo site oficial da CEP, no qual se questiona a “difusão” ideologia do gênero nas escolas da mesma no ensino.

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Doutrinação e transformação da mentalidade

O documento do episcopado é retomado num momento em que se debate, em Portugal, uma nova resolução por parte do governo sobre a identidade de gênero nas escolas.

“Este [ensino] é encarado como um meio eficaz de doutrinação e transformação da mentalidade corrente e é nítido o esforço de fazer refletir na orientação dos programas escolares, em particular nos de educação sexual, as teses dessa ideologia, apresentadas como um dado científico consensual e indiscutível”, sublinha o documento.

Revolução antropológica

A carta pastoral da CEP sustenta que ideologia do género pretende provocar uma “revolução antropológica”, secundarizando a identidade sexual como “condição natural e biológica”.

Dizem os Bispos: “Se viermos a assistir à utilização do sistema de ensino para a afirmação e difusão dessa ideologia, é bom ter presente o primado dos direitos dos pais e mães quanto à orientação da educação dos seus filhos”.

‘A propósito da ideologia do gênero’

No documento denominado ‘A propósito da ideologia do género’, a CEP sustenta que “no plano estritamente científico, obviamente, é ilusória a pretensão de prescindir dos dados biológicos na identificação das diferenças entre homens e mulheres”.

O documento episcopal identifica um conjunto de “campos” em que esta ideologia vem promovendo o que se denomina por “ruptura civilizacional”, que passa, entre outros, por uma “promoção de alternativas à linguagem comum”.

“Em vez de sexo (algo de básico, identificador da pessoa) fala se em gênero (construção cultural e psicológica de uma identidade); em vez de igualdade entre homem e mulher, referem a igualdade de gênero; a família é substituída por famílias”, analisa o documento republicado.

Santa Sé e ideologia do gênero

Neste ano a Santa Sé publicou um novo documento sobre a “ideologia do gênero”, contestando quem pretende eliminar a diferença homem-mulher.

“A formação da identidade baseia-se na alteridade; na família, a relação perante a mãe e o pai facilita à criança a elaboração da sua própria identidade-diferença sexual.

O gênero ‘neutro’ ou ‘terceiro gênero’, pelo contrário, surge como uma construção fictícia”, afirma o cardeal Giuseppe Versaldi, prefeito da Congregação para a Educação Católica, organismo responsável pela publicação:

“Não podemos faltar à nossa identidade aderindo a um pensamento único que gostaria de eliminar a diferença sexual, reduzindo-a um mero dado ligado às circunstâncias culturais e sociais. Devemos evitar os dois extremismos: o do pensamento único e da ideologia que se conduz por slogans; e o de quem pensa que apenas quem partilha a fé católica deveria frequentar as nossas escolas”.

Documento da Santa Sé

O texto da Santa Sé sublinha o “dado biológico da diferença sexual entre homem e mulher”, desafiando os educadores ao diálogo.

O documento está dividido em três partes, começando pelos “pontos de encontro e as críticas” na questão do género, elogiando a “apreciável exigência de lutar contra qualquer expressão de injusta discriminação”.

A segunda parte é uma “reflexão crítica” sobre os aspetos que levam a propor, a nível antropológico, “uma identidade pessoal e uma intimidade afetiva radicalmente desvinculada da diferença biológica entre masculino e feminino”.

O Vaticano conclui com uma proposta de discernimento sobre “a verdade da pessoa e sobre o significado da sexualidade humana”, algo que cada pessoa “deve respeitar e não pode manipular como lhe apetece”.
(JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações ECCLESIA)

 

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