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João Paulo II, “Padroeiro da Reconciliação”: pedem Bispos da Polônia e da Ucrânia

Jasna Gora – Polônia (Sexta-feira,30-08-2019, Gaudium Press) Dom Stanislaw Gadecki, presidente da Conferência Episcopal da Polônia, e o arcebispo-mor da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Svjatoslav Shev?uk, assinaram um documento conjunto no Santuário Mariano de Jasna Gora, na Polônia.

No documento conjunto os dois prelados destacam: “nosso desejo é construir um futuro comum e dar passos que sirvam para aproximar as nossas comunidades”.

João Paulo II, Padroeiro da Reconciliação, pedem Bispos poloneses e ucranianos ao Vaticano -Foto Arquivo Gaudium Press.jpg

“Na caridade e na Verdade”

O texto leva o nome de “Na caridade e na verdade” e foi assinado na última terça-feira, 27 de agosto. Nele os dois prelados se declaram “conscientes dos momentos difíceis na história das relações entre o povo polonês e aquele ucraniano”, assim como nas relações entre as duas Igrejas.

No entanto, os dirigentes episcopais afirmam de querer “olhar o passado no espírito evangélico, isto é, na verdade, na caridade e no perdão, sem os quais não é possível nenhum diálogo”.

João Paulo II e a reconciliação

O documento “Na Caridade e na Verdade” foi assinado ao final do encontro do Conselho Permanente do Episcopado e do Conselho dos Bispos Diocesanos, realizados com presença do arcebispo-mor greco-católico ucraniano, Dom Svjatoslav Shev?uk que foi o convidado especial para o evento.

O texto assinado pelos prelados recorda a contribuição de João Paulo II à reconciliação entre os poloneses e ucranianos.

Por isso mesmo, o documento expressa também o desejo dos participantes de que seja autorizado pela Santa Sé declarar o Papa de origem polonesa, São João Paulo II, como Padroeiro da Reconciliação.

A história dos dois países

Na Polônia, atualmente moram cerca de 1,3 milhões de cidadãos ucranianos, que chegaram no país sobretudo em busca de trabalho.

O documento recém assinado pelos representantes das duas Igrejas todavia é importante também no panorama histórico da II Guerra Mundial em que o aniversário de 80 anos será celebrado em 1º de setembro.

A história nos conta que as origens dos conflitos que minaram o relacionamento entre Polônia e Ucrânia vem de longe.

Eles estão relacionados com as complexas relações nacionais presentes na Galícia durante a virada do século XIX para o século XX.

A relativa tolerância da Casa de Habsburgo para com as minorias da região promoveu condições ideais para o desenvolvimento dos movimentos nacionais poloneses e ucranianos.

Vários incidentes entre os dois grupos ocorreram no fim do Século XIX e Século XX.

Houve conflitos entre os poloneses e ucranianos em 1897. Outro conflito ocorreu entre os anos 1901 e 1908.

A composição étnica da antiga Galícia está subjacente aos conflitos entre os poloneses e ucranianos.

A província austríaca consistia em um território conquistado em 1772, durante a Primeira das Partições da Polônia.

Esta terra abrangia territórios de importância histórica para a Polônia, incluindo a antiga capital Cracóvia que era habitada por uma maioria polaca.

Entretanto, a parte oriental da Galícia, que incluía o coração do território histórico de Volínia, tinha 65% da população composta por ucranianos e 22% de poloneses.

Ao longo dos séculos XIX e XX, os ucranianos locais tentaram convencer os austríacos a dividir a Galícia em Ocidental (polonesa) e Galícia Oriental (ucraniana).

Esses esforços foram frustrados pelos poloneses locais, que temiam perder o controle de Lviv e da porção oriental da região.

Os austríacos chegaram ao acordo de dividir a província, mas o início da Primeira Guerra Mundial impediu que essa grande mudança fosse implementada e, em outubro de 1916, o Imperados Carlos I da Áustria prometeu fazê-la uma vez que a guerra houvesse terminado.

Os fatos mostram que isso não aconteceu e que acontecimentos posteriores como o surgimento do nazismo e ascensão comunismo e da Segunda Guerra Mundial só favoreceram os desentendimentos. E, a reconciliação tardou. (JSG)

 

 

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