Qual o papel dos católicos nos protestos em Hong Kong?

China – Hong Kong (Terça-feira, 03-09-2019, Gaudium Press) Para Edwin Chow, presidente da Federação de Estudantes Católicos de Hong Kong, a implicação dos católicos foi maior no início dos protestos que começaram no dia 06 de junho, quando os habitantes da ilha saíram para se manifestar contra um projeto de lei de extradição à China continental.

Ainda que o projeto foi retirado no dia 15 de junho passado, os protestos continuaram, reclamando uma maior democracia, pedindo uma mudança de governo, ou queixando-se pelos alegados excessos cometidos pela Polícia contra os protestantes.

Evidentemente os católicos de Hong Kong temem que seu regime de liberdades vá cedendo até a triste situação na qual se encontram os fiéis da China continental, que, apesar do acordo recente entre a Santa Sé e o governo chinês, está sofrendo as perseguições de sempre, e também sob o programa de ‘sinização’ da religião, que busca que as crenças se adaptem aos ‘valores’ do regime chinês. Em Hong Kong há mais de 500 mil católicos.

O administrador apostólico da ilha, Cardeal John Tong, pediu ao governo eliminar completamente a lei de extradição, e encarregar a uma comissão independente, a investigação dos excessos da Polícia. Por sua vez o Cardeal Joseph Zen, celebrou uma Missa a convite da Federação de Estudantes Católicos, no passado 16 de junho, diante da sede do governo.

Entretanto, declara Chow, que ainda que os católicos não estejam participando tanto das mobilizações, estão muito atentos a todo o desenvolvimento do processo, e que inclusive financiam elementos de proteção dos manifestantes. Quer dizer, a preocupação se mantêm, e estão muito atentos a qual será a próxima jogada do governo continental. (EPC)