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Canonização da Irmã Dulce: entenda como será

Salvador – BA (Quarta-feira, 09-10-2019+, Gaudium Press) Maria Rita Lopes Pontes, desde que abraçou a vida religiosa, passou a chamar-se Dulce.

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Por sua ação entre os mais carentes, seu nome mudou: Ela tornou-se conhecida como o Anjo Bom da Bahia.

Agora, depois do próximo domingo, ao seu nome será acrescentado um novo título e ela passara a ser chamada de Santa Irmã Dulce. Mas vai continuar sendo o Anjo Bom da Bahia ou, se quiser, o Anjo Bom do Brasil.

De fato, no próximo domingo, 13 de outubro, dia de Nossa Senhora de Fátima, a religiosa baiana Irmã Dulce, será canonizada pelo Papa Francisco durante uma missa na Praça São Pedro, em Roma.

Por sua vida virtuosa, carregada de bons exemplos e testemunhos católicos, por causa de seu amor ao próximo por amor de Deus, a Igreja, analisando sua vida, poderá indicar Irmã Dulce como modelo, exemplo e paradigma para todos. Sua vida poderá ser imitada pelos católicos e em nossas necessidades ela pode “interceder” junto a Deus por todos.

Como se sabe, os católicos rezam para um santo, pedem a intercessão junto a Deus.

Além de poder pedir publicamente a intercessão dos santos a Igreja permite que essas pessoas sejam consideradas “modelos” de vida e admiradas com devoção.

Desde os primeiros tempos do Cristianismo foi assim. Naquele período histórico, sobretudo os mártires eram considerados santos.

Os santos eram reconhecidos como tal principalmente por aclamação popular. Porém, já no primeiro milênio, eram os bispos locais que declaravam a santidade de uma pessoa. Eles simplesmente acatavam e reconheciam a boa fama de alguém.

Mais rigor

Com o tempo, percebeu-se que era preciso mais rigor na análise com testemunhos e estudos da vida de alguém que a “voz do povo fiel” aclamava como sendo santo.

Foi no século 12, na Idade Média, que as decisões se concentraram nas mãos do Papa. E mais tarde foram criadas seções no Vaticano com a missão de analisar tudo de um candidato para o qual se almejava a canonização.

Hoje, quem faz isso é a Congregação para a Causa dos Santos. Esse dicastério estuda a vida dos “candidatos” e os apresenta ao Papa, que, por sua vez, os reconhece.

A missa de canonização resume todo esse processo em um único rito.

Como será o ritual de canonização

Conforme explica o Arcebispo de São Salvador da Bahia, Dom Murilo Krieger, depois que a vida dos santos é estudada e os milagres por sua intercessão são constatados, “eles estão em condições de serem declarados santos”.

“O Papa vai declarar que eles são santos e será autorizado que eles sejam cultuados como tal.

É normal que, nesse momento, os presentes, à medida em que o nome do santo que os levou a Roma for citado, aclamarão a notícia com grande entusiasmo”, diz Dom Murilo Krieger.

Como será a canonização de Domingo

A missa do ritual de canonização inicia-se com um canto e, logo depois, o Papa abre a celebração.

Em seguida, há um canto de “invocação do Espírito Santo” com a finalidade de pedir a Deus que ajude o Papa a tomar uma decisão acertada.

Dentro do ritual, o cardeal prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Dom Angelo Becciu, “apresenta” ao Papa os novos santos lendo uma pequena biografia de cada um.

Depois vem o canto de uma “ladainha” na qual a Igreja invoca a intercessão de todos os santos. Mais uma vez, a ideia é pedir que todos eles ajudem o Papa a tomar a decisão mais certa.

Finalmente vem a “fórmula da canonização”. Depois que o Papa lê esse texto em latim, eles passam a ser reconhecidos oficialmente como Santos pela Igreja em todo o mundo.

A fórmula

Esta é a fórmula usada pelo Papa no ápice da canonização:

“Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e Nossa, depois de refletir por muito tempo, ter invocado a ajuda divina e ouvido a opinião de muitos Irmãos no Episcopado, declaramos e definimos Santos os beatos [são citados, então os nomes dos novos santo] e os inscrevemos no registro dos santos, estabelecendo que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os santos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Júbilo e ação de graças

Em seguida, há um canto de comemoração para celebrar a canonização e agradecer a Deus.

O cardeal prefeito agradece ao Papa pela decisão e pede que ele redija uma “carta apostólica” como um documento que formaliza a canonização.

A partir desse ponto, a missa continua normalmente, como uma missa comum de domingo: com leituras da Bíblia, a homilia do Papa, a consagração do pão e do vinho, e a comunhão.

É comum, no Vaticano, que logo após a missa o Papa reze a tradicional oração do Ângelus, na Praça de São Pedro.

As imagens dos novos santos permanecem expostas na Praça de São Pedro desde o início da missa – diferentemente da “beatificação”, quando a imagem ou foto oficial é revelada só durante a missa.
(JSG)

 

 

 

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