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Paz interior: Natureza e vantagens da Paz

Redação (Segunda-feira, 27-01-2020, Gaudium Press) “Estando os discípulos reunidos, Jesus apareceu no meio deles e disse-lhes: A paz seja convosco!” Assim fala o Evangelho. A paz, que o Salvador desejou tantas vezes aos seus, é um bem inestimável.

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“Estando os discípulos reunidos, Jesus apareceu no meio deles e 
disse-lhes: A paz seja convosco!”

Foto Diocese Blumenau

Natureza e vantagens da paz

Há duas espécies de paz, a dos pecadores e a dos justos.

A primeira consiste em contentar as inclinações viciosas, em nada recusar ao coração e aos sentidos.

É uma espécie de paz, porque quem nela vive não tem luta, nem combate, nem fadigas, mas essa paz é a de um rei arrastado por seus vassalos, curvando-se-lhe aos caprichos e sancionando todas as suas vontades; é a de uma água parada ou de um cadáver no túmulo: termina com a corrupção, com a perda da alma e do corpo.

Essa paz é apenas superficial: a alma, feita para dominar os sentidos, só com pesar e humilhada se submete ao seu jugo. Assim os mais depravados procuram as trevas para praticar o mal.

Bem diferente é a paz dos justos, a qual consiste na ordem e na tranquilidade que dela resultam. Nele a alma está em seu lugar, entre os sentidos e Deus; subjuga a carne, obriga-a a permanecer submissa à razão, e ela mesma submete a razão à Lei divina.

Nunca depor as “armas”

É certo que, para a sujeição das paixões e dos sentidos, ela não pode jamais depor as armas.

Mas as expedições que um rei faz nas fronteiras do seu reino, a fim de afastar os inimigos, não o impedem de gozar profunda paz na capital e no seu palácio; assim o justo permanece em paz na sua inteligência e na sua vontade, a despeito das revoltas das más inclinações e dos ataques do inferno.

Paz de Jesus Ressuscitado

Jesus ressuscitado, quantos bens não nos proporciona essa paz inefável de que sois manancial fecundo!

Ela faz-nos gozar aquela suave doçura de que fala o Apóstolo: “[…] e que supera todos os prazeres dos sentidos” (Fp 4,7).

O Espírito Santo compara-a a um festim permanente (Pv 15,15) no qual a inteligência e a vontade, nutridas das verdades da fé, fortificadas por uma graça abundante, experimentam as mais puras delícias, contentando-se com o soberano bem.

Prova disso é o Santo Job no meio das suas provações, e São Paulo, apesar de todas as suas tribulações.

Meu Deus dai que eu, a seu exemplo, procure essa paz profunda que é um antegozo do Céu. Concedei-me a graça de encontrá-la: 

1º em verdadeiro arrependimento e inteira obediência ao confessor, quanto aos pecados passados;
2º na abnegação própria e na pureza de consciência, quanto às agitações do presente;
3º no abandono à vontade divina e na confiança em Jesus e Maria quanto às apreensões do futuro. Inquire pacem et persequere eam.

Por Padre Luís Bronchain
(in “Meditações para todos os dias do ano, segundo a doutrina e o espírito de Santo Afonso Maria de Ligório”. 3. ed. Petrópolis: Editora Vozes, l959, p. 295.)

 

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