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“A Eutanásia não acaba com o sofrimento, acaba com uma vida”, diz Bispo de Braga

Braga- Portugal (Sexta-feira, 07-02-2020, Gaudium Press) O Bispo auxiliar de Braga Dom Nuno Almeida, declarou publicamente o seu “não à Eutanásia e ao Suicídio Assistido”, considerando que estas situações nos colocam diante de um fato de “interrupção voluntária do amor e da vida”.

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Eutanásia: Bispo de Braga envia Carta aberta a deputados portugueses.
Foto: Arquivo Gaudium Press

As declarações de Dom Nuno Almeida estão expressas em uma carta aberta dirigida aos deputados portugueses para considerar que “Com a eutanásia e o suicídio assistido provoca-se deliberadamente a morte de outra pessoa (matar) ou presta-se ajuda ao suicídio de alguém (ajudar a que outra pessoa “se mate”).

“A eutanásia não acaba com o sofrimento, acaba com uma vida!”.

Através do site da Arquidiocese de Braga, numa carta aberta dirigida aos deputados da Assembleia da República o Bispo afirma que “a eutanásia não acaba com o sofrimento, acaba com uma vida!”.

Dom Nuno Almeida considera que, tanto a eutanásia, quanto a obstinação terapêutica, “desrespeitam o momento natural da morte (deixar morrer) “, dado que a primeira antecipa esse momento e a segunda “prolonga-o de forma artificialmente inútil e penosa”.

Se eu fosse Deputado… respeitaria o momento natural da morte

A Assembleia da República agendou para 20 de fevereiro o debate em torno de sobre a despenalização da eutanásia em Portugal.

“Se neste momento fosse deputado pensaria conscientemente, livremente e responsavelmente nas pessoas, especialmente nas mais frágeis.
No momento de decidir o voto não poderia dar prioridade a estratégias políticas, ideológicas ou a orientações partidárias”, afirma Dom Nuno em sua carta aberta.

O Bispo auxiliar de Braga afirma também em sua carta que se fosse deputado o seu “voto seria não” e realça que como cidadão e como crente, diz “não à Eutanásia e ao suicídio assistido”.

A vida não é objeto, é dom de Deus

Dom Nuno recorda que há doentes que se sentem mortos “psicológica e socialmente”. Eles “mergulharam numa vida sem sentido e experimentam a mais profunda solidão” de onde vem um questionamento: “quererão realmente morrer ou quererão sentir-se amados”.

Em sua carta aberta o Prelado sublinha que, para os crentes, a vida “não é um objeto” de que se possa dispor arbitrariamente, mas “é dom de Deus e uma missão a cumprir” e conclui que “não é lógico contrapor o valor da vida humana ao valor da liberdade e da autonomia”.

Por que respeitar a vontade expressa num momento, e não noutro?

Sabe-se que “nunca pode haver a garantia absoluta” que o pedido de eutanásia “é verdadeiramente livre, inequívoco e irreversível”, pois, é sabido que, em fases terminais, “sucedem-se momentos de desespero, alternando com outros de apego à vida”, destacou Dom Nuno Almeida para, em seguida questionar:

“Por que respeitar a vontade expressa num momento, e não noutro? Que certeza pode haver de que o pedido da morte é bem interpretado, talvez mais expressão de uma vontade de viver de outro modo, sem o sofrimento, a solidão ou a falta de amor experimentados, do que de morrer?”, são perguntas cogentes que o bispo auxiliar de Braga faz aos deputados portugueses em sua carta aberta sobre a Eutanásia endereçada aos deputados da Assembleia da República.
(JSG)

 

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