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“Temos de continuar em missão continental”, diz organizador de encontro sobre a família na República Dominicana

Santo Domingo (Quarta, 09-12-2009, Gaudium Press) Após a conclusão do “I Encontro Internacional Família e Vida”, na República Dominicana, cujo objetivo era trazer todas as famílias dominicanas interessadas em realizar uma mudança pela educação e incentivar o uso correto dos meios de comunicação, a Gaudium Press entrevistou o organizador do encontro, padre Tomás Vladimir Pérez Candelario, que falou de sua experiência como participante.

O encontro aconteceu entre os dias 27 e 29 de novembro, no auditório da Casa San Pablo em Santo Domingo, capital do país. A eucaristia foi celebrada pelo cardeal arcebispo de Santo Domingo e primaz da América, dom Nicolás de Jesús López Rodríguez.

Veja, a seguir, a entrevista:

Gaudium Press – Que iniciativas foram tomadas após o I Encontro Internacional Família e Vida?

Padre Tomás – A iniciativa imediata é a formação de uma entidade social dependente deste vicariato que sirva de interlocutor válido junto aos os meios de comunicação, para garantir que estes meios levem em conta o desenvolvimento natural da família e, portanto, respeitem esse processo e o potenciem.

Alguns palestrantes têm se aproximado de nós para dar forma ao projeto, inspirado na experiência mexicana “A favor do melhor”. Essa tem sido a chama inspiradora aqui na República Dominicana. Como arquidiocese, pensamos ter também uma instituição desta natureza que repita e tenha presente a família na mesma notícia no processo de comunicação e no conteúdo das informações.

GP – O cardeal [arcebispo de Santo Domingo, dom Nicolás Rodríguez] disse no encerramento que seguirão em missão, que o que se abre não se fecha. O que a Igreja pensa em fazer para continuar com os projetos familiares no país?

Pe Tomás – Realmente a missão não acabou. O que teremos daqui para frente é um processo de revisão e avaliação do que foi essa primeira experiência a que nos aventuramos graças ao impulso missionário de Aparecida e de toda a Missão Continental aqui na República Dominicana, tal qual foi concebido no Instituto Nacional de Pastoral. Temos de continuar em missão, reforçar as comissões locais da Pastoral Familiar, porque temos visto alguns pontos fracos no que diz respeito à organização. Devemos tornar estes eventos não apenas como temporários, mas sim trabalhos permanentes da pastoral.

Finalmente, significa para nós seguir fortalecendo o trabalho das zonas e nas paróquias para que quando voltarmos outra vez, em novembro de 2010, a lançar uma Missão Familiar, contemos com estruturas mais sólidas, com uma pastoral tanto paroquial como familiar que acolha, organize e lidere o processo de evangelização da família.

GP – Será uma reunião como esta?

Pe Tomás – O cardeal nos disse que isto tem de ser feito todos os anos. Eu achava que não voltaríamos a realizá-la pela quantidade de trabalho, mas como eu disse, começamos a planejar a do ano que vem. Tanto González Garza (México), González Gaitano (Roma), María Montero e Bárbara Nicolosi nos deram orientações muito interessantes de como seguir com este projeto para que ele não estacione.

GP – O que buscam alcançar com essas atividades?

Pe Tomás – Nós buscamos que as famílias estejam conscientes de que elas são as protagonistas no processo de socialização e de evangelização na sociedade. A cultura pós-moderna e o materialismo têm pretendido relegar as famílias e estas, às vezes, sentem-se vulneráveis, frágeis.

Nós temos pretendido com todas essas atividades que as famílias da arquidiocese de Santo Domingo entendam que são importantes, entendam que a Igreja está trabalhando por elas e que elas possam ser protagonistas no processo de evangelização.

GP – O senhor acredita que os valores familiares estão perdidos?

Pe Tomás – Não foram perdidos: as famílias têm esses valores e, sobretudo, quando se fala de valores, Bento XVI nos fez pensar por meio de suas encíclicas que se deve ressaltar a caridade, a fé e a esperança. Essas virtudes estão em crise, as famílias não sabem como viver na fé, como viver na esperança, como viver na caridade.

Queremos que isso volte e seja o selo distintivo da família, não apenas no fator econômico e no bom posicionamento social porque todas as demais giram ao redor dessas virtudes mencionadas anteriormente.

Que outras atividades, além desta reunião, está preparando a Casa da Família para fomentar a harmonia e unidade nos lares dominicanos?

Pe Tomás – Reforçar os cursos pré-matrimoniais sempre é um tema que precisa ser revisado e estar de volta, assim como todo o trabalho que a Casa da Família oferece como ajuda profissional e psicológica em áreas como a sexualidade, a saúde mental, o trabalho social para que, assim, as famílias tenham um lugar caso apareçam situações complicadas que possam exigir a intervenção integral do homem e da fé.

 

Gaudium Press/ María Isabel Contreras

 

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