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Artigo: “A Igreja é imaculada e indefectível”

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Monsenhor João Clá Dias

Bogotá (Quinta-feira, 29-04-2010, Gaudium Press) “A saraivada de notícias que, nas últimas semanas, tenta macular a Igreja Católica, tomando por motivo abusos de crianças cometidos por parte de sacerdotes católicos, atinge um clímax inacreditável. Decididos a não deixar morrer a fogueira que acenderam, vários órgãos de comunicação social têm se dedicado a investigar o passado, à procura de novas alegações que envolvam o Vigário de Cristo na Terra, o Papa Bento XVI, no que, aliás, têm falhado rotundamente”: Assim começa o opúsculo “A Igreja é imaculada e indefectível”, de autoria do Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho, que – baseado em numerosos e renomados autores e fontes- analisa a campanha publicitária levada a cabo por ocasião dos abusos a menores cometidos por alguns membros do clero.

Ao indagar as profundas causas destes abusos, Monsenhor João Clá reflete a respeito da cultura circundante e, rapidamente, convoca o leitor a fazer uma revisão do que era o mundo antes da chegada do cristianismo: “Naquele ambiente pagão, a situação da mulher era terrível. Em geral, quase sem direitos, (…) A família greco-romana era totalitária sob certos aspectos. Assim, o Direito Romano, dava um poder ditatorial ao ‘pater familias’. O pai tinha direito de rejeitar seu filho recém-nascido, ou vendê-lo como escravo. Também podia condenar à pena de morte sua esposa, um filho, uma filha, ou qualquer outro morador de sua casa, executando-se sem demora a sentença; as autoridades do Estado não interferiam (…) A escravidão era uma instituição tão corrente no mundo antigo que os escravos costumavam constituir a maioria da população”, afirma o monsenhor.

A praga da pedofilia no mundo pagão

No mesmo sentido, Mons. João Clá recorda que a pedofilia era um vício bastante extenso nesta época: “Aquilo que a imprensa de hoje denomina de pedofilia era largamente praticado no mundo antigo, ao amparo da lei, por influência das religiões pagãs. Na Grécia, ocorria como prática legal a corrupção sexual de meninos, mais propriamente chamada de pederastia. Todo homem adulto que não fosse escravo tinha o direito de praticá-la”.

Pois foi neste mundo e neste contexto que irrompeu o cristianismo: “A mensagem de Jesus Cristo veio desequilibrar o carcomido mundo antigo. (Essa mensagem) censurava a libertinagem e a crueldade, e exaltava a liberdade para praticar o bem, a castidade, a virgindade, a inocência, a fidelidade conjugal, o amor aos inimigos, a caridade, a abnegação, a bondade para com os mais fracos, a dignidade de todos os seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus”, expressa Monsenhor João Clá.

Entretanto, e diante dos progressos que o cristianismo realizava no mundo antigo, “o paganismo necessitou, pois, lançar mão de outra arma, para tentar reverter o jogo: a difa-mação e a calúnia. Como observam os Apologistas cristãos daqueles primeiros séculos, os pagãos passaram a acusar os cristãos exatamente dos delitos que o paganismo cometia”. Uma das acusações era justamente a pedofilia.

Por que acusar somente a Igreja?

Entretanto, a Igreja terminou vencendo a oposição do mundo pagão e inspirou com profundidade uma civilização que alcançou seu apogeu nos séculos XII e XIII. Não obstante, de tanto em tanto a Igreja é vítima de novas investidas: “Um dos procedimentos preferidos continua a ser o de acusar a Igreja precisamente dos de¬litos que o próprio mundo não se envergonha de cometer. Quais são os maiores destruidores da inocência infantil hoje em dia? Quem promove uma pornografia irrefreável, que não respeita nem idade, nem dignidade, e que incita a todo tipo de crime sexual? Quais os que, de todos os modos, pressionam as escolas para iniciarem as crianças em práticas imorais? Quem impulsiona as mu¬danças das leis de maneira a abolir a influência cristã e a substituí-la pela do velho paganismo?”, se pergunta Mons. João Clá.

É sabido que a maior parte dos crimes de pederastia é cometida dentro da própria casa, por parentes ou conhecidos das mães das vítimas. “Curiosamente, nunca se viu algum adversário da Igreja pedir um estudo sério sobre a relação entre a desagregação da fa-mília, causa principal da existência de milhões de padrastos, e os crimes de pedofilia”, expressa  Monsenhor João Clá.

“Apenas de passagem, note-se que a massa dos pedófilos é constituída por homens casados. Também é de notar que todas as religiões têm membros seus envolvidos em casos de pedofilia, e algumas em proporções gigantescas. Por que, então, levantar uma campanha internacional somente contra a Igreja Católica?”

As acusações feitas hoje contra a Igreja partem, pois, dos próprios valores que ela mesma estabeleceu no mundo, com o que os próprios contraditores assim manifestam a santidade da Igreja. Contudo, os ataques não se limitam aos sacerdotes corruptos, mas buscam implicar o conjunto da instituição eclesiástica, com o que se demonstra realmente haver uma campanha de descrédito em curso: “Médicos, professores, enfermeiros e outros profissionais aparecem em alto número en¬tre os perpetradores de crimes de pedofilia57, mas quem vai chegar ao absurdo de acusar todos os membros dessas categorias e a denegrir uma classe inteira pelos crimes de uma minoria?” questiona Mons. João Clá.

“De cada perseguição, a Igreja sai fortalecida” declara finalmente o mosenhor. Essa confiança na imperturbabilidade da Igreja descansa em uma convicção de origem divina: “Para destacar a perenidade da Igreja Católica Apostólica Romana, Santo Agostinho nos deixou esta sábia reflexão: “A Igreja vacilará, se vacilar seu fundamento. Mas pode Cristo vacilar? Visto que Cristo não vacila, a Igreja permanecerá intacta até o fim dos tempos’ “.

Caso deseja conhecer o documento na íntegra, pode acessá-lo pelo link:
(http://www.arautos.org/desagravo/pdf/pt/documento.pdf)

Gaudium Press / Saúl Castiblanco

 

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