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O Papa quer "estar onde os homens de hoje estão", diz Dom Celli

Roma (Sexta-feira, 24-02-2012, Gaudium Press) A chegada das novas tecnologias e os desafios impostos pelos duros ataques contra a Igreja nos últimos anos marcaram um novo rumo para as comunicações da Santa Sé. A relação mais próxima com as audiências e um esforço notável em informar de modo transparente a vida interna das instituições vaticanas vaticanas são frutos do árduo trabalho comunicativo da Igreja.

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Dom Claudio Maria Celli, Arcebispo presidente do
Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais

Dom Claudio Maria Celli, Arcebispo presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais referiu-se, durante entrevista concedida à Agencia Zenit, a esta nova etapa da comunicação eclesiástica.

Segundo Dom Claudio Maria Celli, a “Santa Sé tem tomado uma postura de transparência” no tema das comunicações Consultado sobre a percepção de uma mudança na forma de comunicar da Santa Sé, Dom Celli explicou: “Existe um desejo de estar, dialogar, de abrir-se em uma comunicação franca, honrada e serena com o mundo de hoje”. Este desejo se expressa, em palavras do Arcebispo, no interesse do Santo Padre em “estar onde os homens de hoje estão”. Por este motivo, a Santa Sé aproveitou os avanços das novas tecnologias da informação e ingressou oficialmente na internet e nas reses sociais. O canal oficial do Vaticano no YouTube, e o recente lançamento de uma campanha oficial com as mensagens do Santo Padre no Twitter (@Pope2youVatican) são amostras destes avanços.

As mudanças também respondem à difícil situação que a Igreja vive em sua relação com os meios de comunicação de massa. Os escândalos e ataques que a Santa Sé debe enfrentar têm sido respondidos com transparência. “Os últimos acontecimentos nos puseram os da Santa Sé na obrigação de reflexionar sobre o que significa hoje em dia comunicar”, comentou o arcbispo. “Se si vê todo o tema angustiante e doloroso da pedofilia, a Santa Sé tomou uma postura de transparência porque consideramos que no se resolvem os problemas escondendo-os”, afirmou.

O prelado recordou também que a Santa Sé deseja estabelecer um diálogo correto com os jornalistas, a imprensa e a opinião pública.

“Quando falo mal de minha mãe, não o faço sorrindo, mas chorando”

Um tema especialmente complexo é o fato de que, em muitos casos, quem fala sobre a Igreja são também católicos, e são eles que, nessas ocasiões, produzem as mais fortes críticas.

Dom Celli referiu-se a esta situação: “Quando falo mal de minha mãe, não o faço sorrindo, mas chorando”. Não significa que não devem ser ditas certas coisas, existe uma corresponsabilidade. Um jornalista profundo e perspicaz ajuda a Igreja, ajuda a nós homens da Igreja a mudar, a refletir, a ver o que podemos fazer para que esta realidade eclesial seja más comunitária, com mais comunhão, mais profunda para o Senhor e para os homens de hoje”.

Para Dom Claudio Maria Celli, o caminho da comunicação não é de enfrentamento, mas de diálogo. E é o diálogo e crescimento mútuo para o que se convida os meios de comunicação: “Parece-me que o caminho que a Santa Sé abriu é de grande respeito e abertura. Os jornalistas e a opinião pública nos ajudam porque quando se estabelece um diálogo entre as partes que vivem neste mundo, nos ajudamos reciprocamente”.

Este intercambio requer, sobretudo ante a realidade eminentemente espiritual da Igreja, espaços de silencio, de escuta e de reflexão: “Em uma relação entre homens, devo cala-me para ouvir o outro, para que o outro, com o que me diz, ressoe em meu coração. Não é somente um monólogo, é um diálogo e exige que se alterne silêncio e palavra, palavra e silêncio”.

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