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Bento XVI recebe cinco embaixadores e renova o apelo para garantir a liberdade religiosa

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 04-05-2012, Gaudium Press) Hoje de manhã, na apresentação das Cartas Credenciais dos cinco novos embaixadores não residentes junto à Santa Sé, o pontífice reafirmou a necessidade de uma mobilitação geral para enfrentar os males que afligem a humanidade e para que os Estados garantam a liberdade religiosa.

Cinco novos embaixadores junto à Santa Sé iniciaram hoje o serviço de representação de seus governo: Teshome Toga Chanaka da Etiópia, Dato’ Ho May Yong da Malásia, Naivakarurubalavu Solo Mara da República das Ilhas Fiji, Vigen Tchitetchian da Armênia e David Cooney da Irlanda. Este último vem pela primeira vez depois de 81 anos como embaixador não residente, desde quando o governo irlandês tomou a decisão em novembro passado de fechar, por motivos econômicos, a sua representação junto ao Vaticano em Roma.

Em seu discurso pronunciado em francês, o Santo Padre falou sobre as dificuldades provocadas a tantos povos pela pobreza, velhas e novas. A globalização nos deixa mais próximos, mas nos pede também que estejamos mais atentos com quem sofre. Por isso, Bento XVI lançou novamente um apelo para “enfrentar, na justiça e na solidariedade, tudo aquilo que ameaça o homem, a sociedade e o ambiente”.

“O êxodo para as cidades – observou – os conflitos armados, a carestia e as doenças que afligem tantas populações – observou – desenvolvem em modo dramático a pobreza” que atinge hoje “novas formas”. A crise econômica mundial de 2008 ainda “conduz sempre mais famílias a uma precariedade crescente”. A “solidão devida à exclusão aumentou”. E quando “a miséria coexiste com uma grande riqueza nasce uma impressão de injustiça que pode se tornar fonte de revoltas”.

O pontífice desafiou o mundo político: “que os Estados façam com que as leis sociais não aumentem as desigualdades e permitam a cada um viver em modo decente”. O Santo Padre requer o reconhecimento do papel social das pessoas na necessidade. É necessário “resguardar a pessoa na sua integralidade e não só o crescimento econômico”. Pediu ainda a harmonização “dos objetivos econômicos” com as relações sociais, e garantir “a democracia com o respeito da natureza”.

“Para reforçar a base humana da realidade sócio-política – afirmou – é preciso estar atentos também a um outro tipo de miséria: a causada pela perda de referência dos valores espirituais, de Deus”. Pensando nos jovens, o Santo Padre ressaltou o problema da perda dos valores e a busca de um ideal que lhes impõe “paraísos artificiais” como droga e consumismo. O Papa advertiu que isto é efeito da falta de amor que é “a grande pobreza”. Por isso o Papa, no fim de seu discurso, lançou um apelo pela liberdade religiosa e pela valorização do patrimônio cultural e religioso.

“A religião – disse – nos permite reconhecer no outro um irmão na humanidade”. Deixar, portanto, a cada um “a possibilidade de conhecer Deus, em plena liberdade, o ajuda a forjar uma personalidade forte interiormente que o tornará capaz” de ser uma testemunha do bem. Isto garante a construção de uma sociedade na qual “a sobriedade e a fraternidade” deixarão para trás a miséria e se afirmarão “sobre a indiferença e o egoísmo”.

Embaixadores não residentes
Os embaixadores não residentes em Roma são recebidos pelo Papa, juntos, duas vezes por ano: no meio e no fim. Segundo os Pactos Lateranenses, um embaixador que representa o próprio país junto à República Italiana, não pode representá-lo ao mesmo tempo junto à Santa Sé. Pode, por sua vez, ser ao mesmo tempo embaixador junto a um outro Estado. Um caso particular acontece com a Irlanda. Depois de tensões diplomáticas, o governo, explicando a difícil situação econômica, decidiu fechar a embaixada junto à Santa Sé. Foram mudados também os embaixadores.

A Santa Sé também encarregou o novo núncio, Mons. Charles John Brown, não diplomata de formação, mas por longos 17 anos funcionário da Congregação para a Doutrina da Fé na seção disciplinar, de uma importante e delicada missão de sanar a situação da Igreja Católica no país.(AA/JS)

 

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