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“Hoje, como em épocas passadas, ser cristão tem sentido se formos sal da sociedade”, diz Bento XVI

Roma (Terça-feira, 15-05-2012, Gaudium Press) O tradicional jornal italiano L’Osservatore Romano publicou nesta terça-feira, 15, um editorial a respeito da mais recente viagem do Papa, às cidades de Arezzo e Sansepolcro, na região da Toscana. Segundo o periódico, esta viagem, que ainda contava com a visita à cidade de La Verna, mas que não foi possível graças ao mau tempo, constituiu “um itinerário sobre o porquê e sobre o como ser cristãos a serviço do bem comum na sociedade”.

Detendo-se com mais ênfase na visita não realizada a La Verna, o periódico afirma que as “palavras de Bento XVI foram mais fortes do que o mau tempo que lhe impediu de voltar” à cidade. Neste sentido, o jornal relatou alguns trechos do discurso que o pontífice faria na região a respeito das “raízes do viver cristão que, quando aos católicos se solicita o compromisso na cidade secular, hoje afligida pela crise e pelo desânimos, explicam a sua alma”.

No discurso previsto para ao município italiano, Bento XVI afirma que “para o ser verdadeiramente é preciso subir espiritualmente a La Verna, escutar a voz de Deus e depois descer do monte, transformados e prontos para servir não os próprios interesses, mas as necessidades dos outros, especialmente dos mais pobres e necessitados”.

Contudo, segundo o L’Osservatore Romano, o Papa adverte em seu discurso que a implementação de cidades com o perfil mais humano não podem ser feitas através de lógicas puramente materialistas. “É preciso sempre e sobretudo no presente um despertar ético. Nem os crentes podem realizá-lo se disserem só palavras, ou fizerem o bem sem conformar a própria vida com Cristo, a exemplo de São Francisco. Com efeito, o coração da experiência de La Verna consiste em seguir Cristo, procurando imitá-lo e conformar-se com Ele”, diz o Santo Padre.

O periódico italiano declara que, através deste comentário sobre La Verna, Bento XVI quis narrar a história dos fundadores locais, que, “voltando de Jerusalém, pensaram num modelo de cidade na qual os discípulos de Jesus eram chamados a ser o motor da sociedade e da paz, através da prática da justiça”.

Modelo que, como salienta o periódico, só pode ser alcançado com uma condição: manter o olhar e o coração fixos com Deus que não se afasta da vida cotidiana, própria da humanidade, mas orienta-se e faz com que ela seja vivida de modo ainda mais intenso. “Deus não quer permanecer fechado na solidão de La Verna, mas desce com os homens à cidade onde eles vivem”, afirma o L’Osservatore Romano, recordando as palavras do pontífice.

Através destas palavras, o Papa pensa eu um determinado tipo de cristão; que está presente e que é empreendedor e coerente com a própria fé. “Não só ativistas sociais ou políticos, mas portadores de uma esperança que não desilude, fundada na ressurreição de Jesus, contextualizada no amor fraterno para com todos, próximos e distantes”, destacou o jornal romano.

De acordo com o periódico, esta íntima conviccção teológica, que transparece nas palavras do Santo Padre, sobressaiu-se com vigor nos encontros do Papa com a comunidade de Arezzo e Sansepolcro, pois, conforme o L’Osservatore Romano, “também hoje, como aconteceu frutuosamente nas épocas passadas da Idade Média e do Renascimento, ser cristão tem sentido se formos sal da sociedade; se deixarmos de o ser, renunciando à nossa diversidade, tornamo-nos supérfluos como o sal que, ao perder o sabor, é deitado fora”.

O periódico conclui o seu editorial, destacando que, por meio das palavras de Bento XVI, torna-se claro o motivo de “sua evidente decepção em ter que saltar a etapa de La Verna, experiência franciscana emblemática e um dos modelos cativantes de ser cristão”. “De fato, quantos peregrinos subiram lá em busca de Deus que é a verdadeira razão pela qual a Igreja existe: servir de ponte entre Deus e o homem”. (BD/JS)

 

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