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Ano da Fé nos “serve para recordar que devemos crer”, diz Dom Rino Fisichella

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 16-05-2012, Gaudium Press) Em editorial do L’Osservatore Romano desta quarta-feira, 16, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, disserta sobre os porquês de se celebrar um Ano da Fé entre 2012 e 2013. Segundo o prelado, perguntar-se pela razão do Ano da Fé não se trata de mera retórica, mas sim de uma questão que merece uma resposta, “sobretudo face à grande expectativa que se verifica na Igreja diante deste evento”.

Conforme Dom Rino, o Papa Bento XVI indicou a primeira motivação quando anunciou a sua proclamação. “A missão da Igreja, assim como a de Cristo, é essencialmente falar de Deus, fazer memória da sua soberania, evocar a todos, especialmente aos cristãos que perderam a própria identidade, o direito de Deus sobre o que lhe pertence, isto é, a nossa vida. Exatamente para dar um impulso renovado à missão de toda a Igreja de guiar os homens para fora do deserto onde, com frequência, se encontram rumo ao lugar da vida, da amizade com Cristo, que nos doa a vida em plenitude”, escreveu o prelado.

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Segundo Dom Rino, perguntar-se pela razão do Ano da Fé não se trata de
mera retórica, mas sim de uma questão que merece uma resposta

Não deixar cair no esquecimento o fato que caracteriza a nossa fé: crer, esta é a intenção principal da instituição do Ano da Fé, de acordo com Dom Rino. “Sair do deserto que tem em si o mutismo de quantos nada têm a dizer, para restituir a alegria da fé e para a comunicar de maneira renovada”, declarou o presidente do Pontifício Conselho, destacando que “antes de tudo este ano destina-se à Igreja inteira para que diante da dramática crise de fé que atinge muitos cristãos seja capaz de mostrar, mais uma vez e com entusiasmo renovado, a verdadeira face de Cristo que chama a segui-lo”.

Reiterando a importância da data, o prelado afirma que o Ano da Fé é um ano para todos, “porque no caminho perene da fé sentimos a necessidade de apressar o passo, que muitas vezes se torna lento e cansado (…)”. De acordo com Dom Rino, neste sentido, aqueles que se sabem frágeis e, por isso se tornam frequentemente indiferentes e agnósticos, não podem se sentir excluídos. Só assim, segundo o prelado, podem encontrar “o sentido perdido e compreender o valor de pertencer a uma comunidade, verdadeiro antídoto à esterilidade do individualismo dos nossos dias”.

Dando continuidade a sua explanação, Dom Rino recorda as palavras de Bento XVI no “Porta Fidei”, carta apostólica que instituiu o Ano da Fé. Segundo o prelado, no referido texto, o Santo Padre declarou que “a porta da fé está sempre aberta”, ou seja, “que ninguém pode sentir-se excluído do ser positivamente provocado sobre o sentido da vida e das grandes questões que sobretudo nos nossos dias nos atingem devido à persistência de uma crise complexa que aumenta as dúvidas e ofusca a esperança”. Conforme Dom Rino, formular a questão sobre a fé não significa afastar-se do mundo, mas “tomar consciência da responsabilidade que se assume em relação à humanidade neste momento histórico”.

Por fim, Dom Rino declara que o Ano da Fé será um período em que a oração e a reflexão poderão ser mais facilmente conjugadas com a inteligência da fé, das quais todos devem sentir a urgência e a necessidade. “De fato, não pode acontecer que os crentes se distingam nos diversos âmbitos da ciência, para tornar mais profissional o seu compromisso de trabalho, mas depois tenham um conhecimento frágil e insuficiente dos conteúdos da fé. Um desequilíbrio imperdoável que não permite crescer na identidade pessoal e impede que se saiba dar razão à escolha feita”, conclui. (BD/JS)

 

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