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Violação da privacidade do Santo Padre é “um ato criminoso”, declara Padre Lombardi

Cidade do Vaticano (Sábado, 19-05-2012, Gaudium Press) “Um ato criminoso” que viola “direitos pessoais de privacidade e de liberdade de correspondência” do Santo Padre e de seus colaboradores, afirma o Padre Federico Lombardi a propósito da publicação do livro de um jornalista italiano, Gianluigi Nuzzi, sob o título de “Sua Santidade”. Olivro contém um dossiê dos documentos privados reservados que chegaram ao pontífice. É uma iniciativa que viola também o artigo 15 da Constituição italiana.

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A publicação da obra é “um ato criminoso”
que viola “direitos pessoais de privacidade
e de liberdade de correspondência”
do Santo Padre

“A Santa Sé continuará a aprofundar as diversas implicações destes atos de violação da privacidade e da dignidade do Santo Padre” e “dará os passos oportunos, para que os atores do furto respondam por ele diante da justiça”, prosseguiu o porta-voz vaticano.

“A nova publicação de documentos da Santa Sé e de documentos privados do Santo Padre não se apresenta mais como uma discutível – e objetivamente difamatória – iniciativa jornalística, mas assume claramente o caráter de um ato criminoso”, inicia o comunicado do porta-voz do Santa Sé” a propósito da nova publicação de documentos reservados”.

O dossiê apresentado pelo jornalista compreende uma boa quantidade de documentos sobre temas vários e polêmicos.

Crime de violação de privacidade

Tal iniciativa viola os direitos pessoais do pontífice, como salienta no comunicado o padre Lombardi: “O Santo Padre, mas também diversos de seus colaboradores e dos remetentes de mensagens a ele dirigidas, tiveram violados os seus direitos pessoais de privacidade e de liberdade de correspondência”.

O livro, que saiu na Itália e diz respeito a um italiano, mesmo que faça referência à “escrivaninha de Bento XVI”, em si viola os direitos da Itália, assim como do Estado da Cidade do Vaticano e da Santa Sé, porque diz respeito à correspondência enviada do território italiano. “A liberdade e o segredo da correspondência e de qualquer outra forma de comunicação são invioláveis” recita o artigo 15 da Constituição italiana. O Estado vaticano fará com que o autor responda na justiça por tal violação.

“A Santa Sé – lê-se no comunicado – continuará a aprofundar as diversas implicações destes atos de violação da privacidade e da dignidade do Santo Padre – como pessoa e como Suprema Autoridade da Igreja e do Estado da Cidade do Vaticano – e dará os passos oportunos, para que os autores do furto, da receptação e da divulgação de notícias secretas, além do uso também comercial de documentos privados, ilegitimamente apreendidos e detidos, respondam por seus atos diante da justiça. Se necessário se pedirá para tal fim a colaboração internacional”.

Já há alguns meses foi encarregada pelo Papa uma comissão sob a direção de um cardeal espanhol, Julian Herranz, especialista em direito, para esclarecer a fuga de documentos reservados dos escritórios. ” Em seguida à recente divulgação em televisão, nos jornais e em outros meios de comunicação de documentos cobertos pelo segredo de escritório, o Santo Padre dispôs a constituição de uma Comissão Cardinalícia, para uma investigação respeitável que faça plena luz sobre tais episódios”, lê-se na notificação da Secretaria de Estado divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé no último dia 24 de abril. (AA/JS)

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